Procuradora federal nos casos de Epstein e Diddy demitida pelo departamento de Justiça
Ainda não foram clarificados os motivos que levaram o departamento de Justiça norte-americano a despedir a procuradora Maurene Comey e que trabalhou nos polémicos casos de Epstein e Diddy Combs
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A procuradora federal Maurene Comey terá recebido, esta quarta-feira, 16 de julho, um memorando que citava os poderes do presidente norte-americano para dispensar funcionários. De acordo com as agências noticiosas e segundo confirmação da estação CBS, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América não terá apresentado os motivos para a saída da procuradora do gabinete no Distrito Sul de Nova Iorque, alegando o artigo 2º da Constituição que permite a demissão de funcionários ao abrigo do poder do presidente.
De entre as investigações mais mediáticas e polémicas que tinha em mãos, Maurene Comey foi a procuradora federal que trabalhou nos casos de alegada pedofilia e rede de tráfico sexual de menores de Jeffrey Epstein, que se suicidou na prisão de Nova Iorque, e da socialite Ghislaine Maxwell e, mais recentemente nas acusações contra o magnata do hip hop Sean “Diddy” Combs, que foi condenado a 2 de julho, por dois crimes de transporte de pessoas para fins de prostituição, mas absolvido das acusações mais graves, incluindo atividade criminosa organizada e tráfico sexual.
A imprensa norte-americana lembra que a agora saída de Comey, filha do antigo diretor do FBI James Comey e que o Trump demitiu em 2017, acontece numa altura em que o executivo e a procuradora-geral Pam Bondi enfrentam confrontações pela forma como ambos estão a lidar com os arquivos relacionados com Epstein, em particular a alegada lista de clientes que teriam beneficiado na rede de tráfico. Nesta terça-feira, o presidente Trump procurou conter a crescente polémica em torno do caso Jeffrey Epstein, considerando que, se existem provas credíveis sobre o magnata acusado de pedofilia, estas devem ser tornadas públicas. Donald Trump defendeu ainda a sua procuradora-geral, que recusou dar mais detalhes sobre a possibilidade de novos documentos serem tornados públicos. No memorando conjunto publicado em 7 de julho, o Departamento de Justiça e o FBI (polícia federal) rejeitaram a teoria de que Jeffrey Epstein teria sido assassinado na prisão e confirmaram o seu suicídio.
A BBC recorda ainda que, na semana passada, a procuradora-geral Pam Bondi demitiu pelo menos 20 funcionários que desempenhavam funções em duas investigações do procurador especial Jack Smith e sobre as tentativas de Trump para reverter a derrota nas eleições presidenciais de 2020 e o alegado acesso indevido a documentos confidenciais que terão sido encontrados na sua casa em Mar-a-Lago, na Flórida.