Tumores cerebrais, sustentabilidade e poluição marinha vencem prémios Mulheres na Ciência
As cientistas Ana Rita Lopes, Céline Gonçalves, Paola Alberte e Patrícia Henriques são as vencedoras da nova edição dos prémios "Mulheres na Ciência" com projetos desenvolvidos nas áreas da saúde e da sustentabilidade ambiental. Galardoadas recebem 15 mil euros cada uma para prosseguirem as investigações
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Céline Gonçalves desenvolveu, a partir da Universidade do Minho, um método de diagnóstico precoce e monitorização do tumor cerebral mais agressivo em adultos, do glioblastoma, através do sangue. Já Paola Alberte, a partir do IST-ID, Instituto Superior Técnico, em Lisboa, apostou no estudo de sistemas nanobioeletrónicos ativados por ultrassons que travam o crescimento de células cancerígenas. Uma proposta que pode gerar repostas para tumores como o glioblastoma e a doenças como a de Parkinson.
Estas duas cientistas acabam de ser galardoadas na 21ª edição das Medalhas de Honra L’Oréal Portugal e Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) ao abrigo do prémio anual " Mulheres na Ciência", integrado no programa internacional L’Oréal-Unesco For Women in Science.
A par daquelas duas investigadoras, foram também igualmente reconhecidos os trabalhos de Ana Rita Lopes e Patrícia Henriques. A primeira tem trabalhado no projeto Under Pressure, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e focado a investigação nos impactos do aquecimento global e da poluição marinha, nomeadamente por resíduos de fármacos. A segunda, a partir do Porto, no i3S, criou um dispositivo que pode dispensar do uso de antibióticos nos equipamentos para hemodiálise, permitindo sustentabilidade e poupança hospitalar.
"As quatro investigadoras foram selecionadas de entre várias dezenas de candidatas pela relevância dos projetos apresentados. Cada uma é reconhecida com um prémio individual de 15 mil euros, num total de 60 mil euros investidos”, informa o comunicado enviado às redações. Segundo esclarece a mesma nota, “a seleção coube a um júri científico presidido por Alexandre Quintanilha, Professor catedrático jubilado e investigador na área da Física”.
Recorde-se que esta iniciativa de apoio a "Mulheres na Ciência" - que vai já na sua 21.ª edição - já apoiou mais de 70 mulheres em Portugal e 4400 em todo o mundo ao longo dos últimos 27 anos. “Esta edição reconheceu projetos de elevado impacto social e científico, que visam respostas concretas para desafios nas áreas da saúde e da sustentabilidade marinha”, refere o comunicado, que invoca “o compromisso da L’Oréal em inspirar futuras gerações de mulheres a seguir carreiras na ciência, quebrando barreiras de género e promovendo a diversidade no campo científico”.