“O condutor de autocarro achou por bem dizer-lhe que não transportava animais”. A frase é da vereadora da Câmara de Cascais, Carla Nunes Semedo, que denunciou, este domingo, 15 de junho, nas suas redes sociais um ataque de racismo feito à filha
Corpo do artigo
“A minha filha, a Diana, uma das pessoas mais educadas, compreensivas e atenciosas que conheço, foi vítima de um ataque racista: o condutor de autocarro achou por bem dizer-lhe que não transportava animais. Sim, em 2025. Em Portugal. Em Cascais”.
O caso foi revelado neste domingo, 15 de junho, nas redes sociais e pela mão da vereadora da Câmara Municipal de Cascais, com as pastas da Promoção de Saúde, Proteção de Crianças e Jovens, Igualdade de Género e Inovação Social. Carla Nunes Semedo relatou um episódio de violência racista exercido sobre a sua filha, Diana, nos transportes públicos. Até ao momento não foi possível chegar à fala com a responsável autárquica e mãe da jovem, mas Carla Semedo lembra, nas mensagens que publicou nas redes sociais, que “é duro escrever isto. Mas é mais duro calar”.
A vereadora alerta para “um fenómeno ainda mais preocupante do que o aumento do discurso de ódio: é a sua normalização”. Carla Semedo fala em “perda de vergonha, o à-vontadinha com que se profere o que durante anos esteve camuflado sob o véu do 'politicamente correto'” e deixa um recado: “A quem ainda alimenta discursos racistas, com palavras ou com silêncios cúmplices: nós já não somos os mesmos. Não somos mais aqueles que, por respeito ou medo, engoliam em seco o ódio disfarçado de 'opinião'. Não somos mais os que aceitavam ofensas em nome da paz social.”
“Estamos atentos, estamos juntos e não vamos permitir que o preconceito se sente ao volante do que é público. Nem hoje, nem nunca. Se a sociedade está a mudar, nós também”, conclui.