Arouca e Benfica contestaram o facto de o F. C. Porto-Arouca só ter terminado aos 113 minutos, mas o protocolo e as novas recomendações do IFAB explicam a decisão de Miguel Nogueira.
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No final do F. C. Porto-Arouca, Cristo González, avançado arouquense, queixou-se do tempo de compensação dado pelo árbitro Miguel Nogueira. “Na minha vida, creio que nunca vi 20 minutos de descontos, é a primeira vez que vejo”, disse. Minutos depois, também o Benfica questionou o facto de a segunda parte do jogo no Dragão ter tido mais de 22 minutos de compensação.
“É preciso que de uma forma clara e objetiva se apresentem as razões para 17 minutos de descontos no jogo FC Porto-Arouca. E que se explique, igualmente, que mais justificações existem para deixar o jogo prosseguir até aos 22 minutos de tempo extra para lá dos 90!”, lê-se no comunicado das águias, realçando ainda que “o golo do empate surge para lá dos descontos atribuídos”.
As considerações em relação aos períodos de compensações têm aumentado nos últimos meses e subiram de tom esta época, devido a mudanças no protocolo e nas indicações dadas aos árbitros para aumentarem o tempo de jogo de maneira a compensarem as paragens. A mudança começou a ser evidente durante o Mundial 2022 e desde então passou a ser a regra em praticamente todos os campeonatos, incluindo o português, algo que, entre outras coisas, já levou treinadores e jogadores a queixarem-se do desgaste que isso vai provocar.
A verdade é que agora é normal haver jogos que se entendem para lá dos 100 minutos, compensando-se, assim, o tempo perdido com substituições, amostragem de cartões, paragens médicas e consultas ao videoárbitro. Para além disso, os árbitros ainda têm indicações para compensarem o tempo que não se joga devido aos festejos dos golos.
Ora, tudo isto terá sido tido em conta por Miguel Nogueira para estender o F. C. Porto-Arouca até aos 113 minutos, superando os 17 minutos de compensação dados. Só para decidir reverter uma grande penalidade a favor dos dragões, o jogo esteve mais de cinco minutos parado. Por outro lado, Miguel Nogueira precisou do auxílio do VAR em mais ocasiões durante o período de descontos, que também teve o golo portista e duas substituições do Arouca, que sustentam o facto de o encontro se ter prolongado tanto.