Sete campeões europeus perderam a final dos Jogos Olímpicos, em 2021, mas agora brilharam no Europeu.
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O mundo do futebol foi unânime: a Espanha venceu o Europeu com inteira justiça, o que nem sempre acontece nas grandes provas. Fatores como a sorte e o desgaste físico têm enorme impacto na competição, mas no caso de “nuestros hermanos” a qualidade aliou-se à justiça. A prova foi conquistada com sete vitórias e o selecionador Luis de la Fuente soube aproveitar o ouro que, desde 2013, tão bem conhecia das seleções jovens. “La Roja” derrotou a Inglaterra, no domingo, por 2-1, mas parte da vitória começou em Tóquio, há três anos, na final dos Jogos Olímpicos, que perdeu (1-2) diante do Brasil. No Japão, estiveram sete jogadores que foram convocados para o Europeu, os casos de Unai Simón, Marc Cucurella, Zubimendi, Merino, Pedri, Dani Olmo e Oyarzabal, que, curiosamente, foi o autor do golo do título. Na prova olímpica, em que os países só podem utilizar três atletas com mais de 23 anos, o selecionador era Luis de la Fuente, depois de já ter conduzido a Espanha aos triunfos nos Europeus de sub-19 e sub-21.
“Mais do que uma geração de ouro, o que esteve em campo na Alemanha foi uma equipa de ouro. O segredo da vitória foi ter havido uma verdadeira equipa, que ultrapassou todas as dúvidas iniciais”, revelou, ao JN, Sergio Gómez, jornalista do AS. Asensio, Isco e Sergio Ramos ficaram de fora para abrir caminho a sangue jovem e ambicioso. “Na altura da convocatória, ficou claro, à exceção de Carvajal, e de alguns outros, que faltavam jogadores com peso e prestígio”. No entanto, as reticências dissiparam-se à medida que a prova foi decorrendo. “De la Fuente tomou decisões complicadas, mas certas na convocatória e ergueu uma seleção que saiu destroçada psicologicamente do Mundial do Catar”, sublinhou Sergio Gómez, acrescentando que a experiência acumulada como selecionador nas camadas jovens acabou por ser decisiva: “Conhecia parte dos jogadores desde que eram crianças, sabia o que tinha ali”.