A cidade de Chapecó, no estado de Santa Catarina, vivia dias bem felizes. Afinal, um clube com apenas 43 anos de história, e que em 2009 jogava no quarto escalão do futebol brasileiro, estava na final da Taça Sul-Americana, a segunda prova de clubes mais importante daquele continente.
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Mas o sonho transformou-se em tragédia, com a queda do avião que transportava a equipa para a Colômbia, e a dor uniu o Mundo em torno do "Verdão do Oeste".
O Chapecoense nasceu humilde, debaixo de uma árvore da Avenida Central, da fusão entre o Atlético e o Independente de Chapecó, e, nos últimos anos, saiu do anonimato para se tornar uma das principais sensações do futebol brasileiro.
Campeão catarinense por cinco vezes (1977, 1996, 2007, 2011 e 2016), a Chapecoense estava perdida nos confins do Brasileirão. Em 2009, disputava a Série D (quarto escalão), sob uma crise financeira que ameaçava, até, a sobrevivência do emblema. Valeram os empresários da região, que reuniram o dinheiro necessário para pagar dívidas e investir na equipa de futebol, com resultados absolutamente fabulosos. Logo nesse ano, subiu à Série C, onde se manteve dois anos. Seguiram-se duas subidas consecutivas e a estreia no principal campeonato brasileiro aconteceu em 2014.
Contra os grandes emblemas, a Chapecoense conseguiu a desejada permanência, terminando no 15.º lugar e mostrando que o crescimento não tinha limites. Em 2015, subiu mais um degrau no Brasileirão (14.º lugar) e estreou-se na Copa Sul-Americana, sendo eliminada apenas nos quartos de final e pelo gigante argentino River Plate.
Neste ano, e já com Caio Júnior como treinador, o "Verdão do Oeste" conseguiu a melhor campanha de sempre no Brasileirão. A uma jornada do final do campeonato - que foi suspenso pela CBF devido à tragédia -, a Chapecoense ocupa uma tranquila nona posição, depois de, no fim de semana, ter sido derrotada pelo Palmeiras, no duelo em que a equipa de São Paulo garantiu o título de campeão.
O futuro do clube foi amputado no brutal acidente de ontem, mas o Mundo não o vai deixar cair. Afinal, o planeta do futebol já se uniu em torno do #ForçaChape.