Aos sete anos teve a primeira mota e aos 17 tornou-se a primeira mulher portuguesa a participar no Campeonato Mundial Feminino de Motocrosse, o que a enche de orgulho.
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Filha de pai piloto, Vanessa Hilário, natural de Torres Novas, acompanhava o progenitor nas pistas e cedo se entusiasmou com a modalidade, predominantemente masculina.
"Nada de Barbies, nada de bonecas, nada de nada. Só motas.", revela a jovem de 18 anos que, este fim-de-semana, volta a participar no Grande Prémio de Portugal de motocrosse, que se realiza em Águeda.
Quando começou a andar de mota, no quintal de casa, ainda não pensava que este poderia vir a ser o seu futuro.
"Ao longo do tempo, tenho trabalhado muito para conseguir ir ao Mundial, porque não são todos os pilotos, mesmo masculinos, que conseguem ir", diz. Em Portugal, só corre com homens, uma vez que é a única mulher piloto a correr neste momento.
Contudo, já se habitou a fintar a desvantagem em que isso a coloca, roubando vários lugares a pilotos do sexo oposto. Sabe que os colegas têm em atenção o facto de ser uma menina, mas quer ser tratada como igual, algo plenamente conseguido quando corre com mulheres. "Acho que fico mais nervosa a correr com elas do que com eles" , revela. "Elas lá fora não dão abébias."
Com pouco mais de 1,50 metros e 50 quilos, Vanessa é destemida e tem pulso firme para controlar os cerca de 90 quilos da sua Yamaha YZ 125. Dedica-se aos treinos de mota duas vezes por semana, os quais complementa com treinos físicos, como correr ou andar de bicicleta.
O motocrosse domina a vida da piloto, que trocou os estudos pelo que realmente a entusiasma: as pistas. O apoio dos pais é fundamental para poder dedicar-se a uma modalidade que é dispendiosa. Vanessa só lamenta a falta de apoios e patrocínios, que não a permitem ir mais longe: "Infelizmente, este ano, só vou poder fazer duas provas do Mundial, a de Portugal e a de Barcelona".