Jean Dolores Schmidt é o nome da grande estrela de um campeonato universitário de basquetebol. Também é freira e tem 98 anos.
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Oh, o mediatismo! Não poder sair porque os fãs não dão descanso, pensar duas vezes antes de ir dar um passeio porque o mais provável é haver sempre alguém caloroso demais, o nome a bombar nas redes sociais, os convites para programas televisivos e as solicitações para entrevistas, até do estrangeiro. Bem-vindos à vida de uma freira, que também é a estrela maior de uma equipa universitária de basquetebol. Tem 98 anos.
Jean Dolores Schmidt vive em Chicago, mas foi em Dallas, a quase 1500 quilómetros de casa, que teve o lampejo do estatuto que alcançou. Naquele dia, a ideia era sair só para apanhar algum sol na cara e ter um almoço tranquilo, mas logo foi obrigada a mudar o plano. Ela e o assistente que lhe empurrava a cadeira de rodas, onde apressa a recuperação de uma queda: eram demasiadas demonstrações de carinho e admiração. Mais do que se imaginou quando apareceu pela primeira vez na televisão, a dar uma entrevista depois de uma vitória do Loyola University Chicago Ramblers durante o torneio NCAA, a decorrer desde o início do ano.
A televisão, já se sabe, apressa o estrelato, mas essa aparição foi só a justiça a dar ares de si para retribuir o muito que a irmã Jean Dolores Schmidt fez pela equipa com que se cruzou em 1991. Antes disso, esta senhora que se fez adulta em São Francisco passou por um convento no Iowa, voltou a casa para se tornar professora e conciliou a devoção religiosa com o apego ao basquetebol. Foi jogadora e treinadora, até que juntou tudo em prol dos Chicaco Ramblers.
Há 24 anos que as preces antes de cada jogo desta equipa de basquetebol estão a cargo de Jean Dolores Schmidt, mas a inspiração espiritual não é tudo o que lhe sai do corpo para atrair os bons resultados. Esta freira, que cedo se entregou à Virgem Maria, também contribui com relatórios de prospeção, análises pós-jogo e até indicações e conselhos. "Ela é como outro treinador", confirmou Donte Ingram, um dos basquetebolistas da equipa, numa reportagem publicada pelo "Chicago Tribune".
Por tudo isto é que, na chegada após uma das mais importantes vitórias do Loyola University Chicago Ramblers, não foi um jogador ou um treinador a ficar com a maior ovação e os grandes louvores.
