Abel Ferreira reforçou o trabalho feito, falou sobre os títulos conquistados e fez críticas à Confederação Brasileira de Futebol, após o empate frente ao Internacional-RS. O técnico português garante ainda estar preparado para treinar os "melhores clubes do Mundo".
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Fim da “Lei do Silêncio”. Após três partidas em que a direção do Palmeiras não permitiu que jogadores ou comissão técnica falassem com os jornalistas, Abel Ferreira deu uma conferência de imprensa depois do empate (0-0) frente o Internacional-RS.
O Palmeiras vem de uma série de maus resultados: tem quatro derrotas e apenas uma vitória nos últimos oito jogos e trata-se de um dos momentos de maior instabilidade de Abel Ferreira desde que chegou ao “Verdão”. O treinador, porém, ressalvou que não existe garantia de sucesso quando se trata de futebol.
“Se querem um treinador que só ganhe, não sou eu. Já tinha avisado várias vezes ao longo do último ano e meio, quando o Palmeiras foi a equipa que mais títulos ganhou, que não sabia até quando ia durar. Sempre disse que não sabia até quando ia durar, que íamos ganhar e perder. É bom para que aquelas pessoas que têm sede de falar mal do Palmeiras, o treinador e essas coisas todas, tenham oportunidade. Nós temos de fazer o que fazem os campeões. Mentalidade de campeão. Aguentar e dedicar-nos ao trabalho. Seguir em frente. Vida que segue, como vocês dizem aqui”, reforçou o treinador do Palmeiras.
Abel Ferreira foi questionado se sentia que a pressão de treinar uma equipa no Brasil era muito maior do que em qualquer outro lugar, o que o treinador respondeu com uma afirmação direta. “Penso que estou preparado para treinar os melhores clubes do mundo, é o que eu penso. Estou preparado. Aperfeiçoar o meu inglês, que está mais ou menos, depois de vir aqui, onde a média dos treinadores é de três meses, estar aqui há três anos e ganhar, juntamente com o Palmeiras, o que ganhei. É estar preparado para treinar os melhores clubes do mundo. E como fazem também os melhores treinadores do mundo, acho que o único que ainda não foi demitido foi o Guardiola, e eu”.
Sobraram também críticas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A entidade emitiu nota à 3 de julho, onde “lamentava” as declarações do adjunto de Abel Ferreira, João Martins, após empate frente ao Athletico Paranaense. Após o comunicado da CBF, o Palmeiras adotou a “Lei do Silêncio” que durou três jogos. Abel lembrou da nota e aproveitou para criticar o calendário do futebol brasileiro.
“Não sou eu que levo os jogadores ao extremo, é o calendário. No jogo que jogamos contra o São Paulo só tivemos dois dias (de intervalo). Jogamos contra o Athletico-PR e só temos dois dias para jogar contra o São Paulo. E agora, o jogo de volta, por que não foi na quarta-feira e foi na quinta-feira? O São Paulo teve direito a três dias. Não é igual. Eu conheço o futebol brasileiro melhor do que nunca, já dei declarações muito fortes. Eu não vou tirar uma vírgula daquilo que eu disse. Quando a CBF faz um comunicado para a equipa técnica do Palmeiras, quando outros treinadores o fizeram, e brasileiros, e só dedicar um comunicado só para a equipe técnica do Palmeiras, a mim me faz pensar profundamente o que eu quero para mim”, criticou o treinador.
Com a má fase vivida, o Palmeiras foi eliminado da Taça do Brasil pelo São Paulo e tem agora apenas a Libertadores, que irá jogar frente ao Atlético Mineiro nos oitavos de final em agosto. No Brasileirão, encontra-se a 14 pontos do líder, o Botafogo. O próximo jogo do Palmeiras é no sábado, pelo Campeonato brasileiro, frente ao Fortaleza.