Complexo está pré-selecionado para o Europeu feminino de 2029 e para o Mundial de 2030. Primeiras torres de iluminação já foram colocadas.
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A construção da academia da Associação de Futebol do Porto vai de vento em popa e o primeiro relvado sintético do complexo, que está a ser construído em Ramalde, junto à Via de Cintura Interna (VCI), no Porto, será inaugurado já em setembro. Esta semana, a obra deu mais um passo ao serem colocadas as primeiras torres de iluminação e em breve deverá começar a ser instalada uma infraestrutura modelar, que vai funcionar até à construção dos edifícios que darão apoio à academia.
“Vamos colocar contentores que servirão para acolher os treinos das seleções da Associação de Futebol do Porto, que são cerca de dez. Vamos ter balneários e um espaço para a recuperação de atletas. Com cerca de 47 mil jogadores inscritos temos uma média anual de 1200 acidentes em contexto de treino ou de jogo, pelo que este campo, que vamos inaugurar a 13 de setembro, servirá também para ajudar à recuperação desses lesionados”, começou por explicar José Neves, presidente da Associação de Futebol do Porto, ao JN. O espaço será aberto aos árbitros e aos cursos de treinadores, evitando que a associação tenha de arrendar campos, servindo ainda de apoio ao desporto adaptado, ABC da Bola, Walking Football e a toda a família da associação.
Esta obra, que se pretende ser de regeneração urbana, está orçamentada em cerca de 10 milhões de euros e estará aberta à cidade e aos concelhos do distrito do Porto, tendo contado com a parceria financeira de todos os concelhos limítrofes, à exceção de Valongo. “Até ao momento, os capitais investidos são da associação e têm uma componente da Federação Portuguesa de Futebol. Os municípios comprometeram-se com um financiamento total de 3,75 milhões de euros e a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa com mais 950 mil euros. O programa Crescer 20/30 tem uma componente para este tipo de requalificações a que a Câmara do Porto se associou, juntamente, com a associação. Mas esta obra não põe em causa o pulmão financeiro da associação”, garantiu.
Mesmo com as eleições autárquicas à porta, José Neves não acredita em atrasos e confia nos compromissos assumidos por todos: “As decisões dos municípios foram tomadas por unanimidade e são entidades de boa-fé, pelo que não me passa pela cabeça que alguém viesse agora dizer que não, até porque já foram contraídas responsabilidades e isso traria problemas”.
Os próximos passos desta construção estão já bem definidos: “Temos um espaço de 17 hectares, nove dos quais em obras, que vai contar com um parque para 200 viaturas e autocarros, que será equipado com painéis solares. Na quarta-feira foi a concurso público o segundo campo de relva sintético. Esperamos que a Comissão de Coordenação da Região Norte (CCRN) analise a proposta rapidamente. Estamos a fazer a requalificação de uma infraestrutura degradada e vamos reconstruir. Além disso, vamos construir mais três campos e um espaço específico para o treino de guarda-redes. Se tudo correr bem, estamos a apontar a conclusão da obra para o final de 2027, início de 2028”, acrescentou ainda José Neves.
A obra está em andamento – parou, pontualmente, por causa do inverno rigoroso, que trouxe muita chuva –, mas já há planos a médio prazo para esta nova infraestrutura. “A academia já foi escolhida para ser centro de treinos do europeu feminino de 2029 e está pré-selecionada para o Mundial de 2030, para ser utilizada pelas instâncias da UEFA e da FIFA”, revelou.
Certo é que a freguesia de Ramalde já está a beneficiar com este projeto, pois a academia permitiu que a envolvente daquela zona urbana se valorizasse em cerca de 20%. O projeto, que ganha forma com as máquinas em movimento e a construção de uma bancada, faz com que os portuenses passem a beneficiar de mais um espaço verde aberto à comunidade, disponível de manhã à noite, e com capacidade para proporcionar diversas valências.