ACR Zona Azul vive ano cinquentenário com grande vitalidade. Andebol projeta centena de atletas.
Corpo do artigo
Longe vão os tempos em que os moços do “Jardim do Chinelo” calcorreavam as ruas de Beja para jogar à bola no Campo da Feira. Quando há 50 anos no Café Vitória, local onde Humberto Delgado discursou na campanha presidencial de 1958, foi fundada a ACR Zona Azul, ninguém imaginava que a coletividade se tornasse num baluarte da formação desportiva. O futebol foi o início de tudo, e, em 1982, o clube bejense teve nas fileiras o jovem austríaco Patrick Knapp, sobrinho do famoso ator Arnold Schwarzenegger.
Na atualidade, a Zona Azul tem 500 praticantes no andebol, natação, ginástica, columbofilia e campismo. Cerca de 420 têm idades entre os 8 e 18 anos. Comprovando as capacidades, o Centro de Andebol e a Escola de Natação foram reconhecidos pelas respetivas federações como formadores de nível 2.
Pavilhão é prioridade
O andebol chegou à Zona Azul há 44 anos e no presente o centro de formação tem 131 atletas nos escalões de sub-8 a sub-18, nos setores masculino e feminino, enquadrados por 11 técnicos graduados pela Federação, três assistentes técnicos e 11 diretores, sob coordenação de Luís Amarante, considerado treinador do ano 2024, na Gala do Município de Beja. “A formação é a essência dos seniores. Na região há pouca capacidade de recrutamento e sem formar jogadores não temos chances de ter a equipa sénior”, explica o presidente Bexiga Fialho. “A nossa casa de treinos é o pavilhão da escola de Santa Maria. Utilizamos o pavilhão de outra escola da cidade, mas precisamos de mais 10 ou 12 horas semanais para treinar”, diz. Olhando o futuro, o líder do clube alerta que “um novo pavilhão municipal é primordial para o desenvolvimento das modalidades”.
Recuando no tempo, o antigo treinador lembra os anos de 2004 e 2017, “quando a Zona Azul ficou em quarto lugar nos nacionais de juvenis e iniciados”. Esse orgulho alarga-se ao cantor Buba Espinho, que jogou no clube e aos irmãos Pirata, que, no presente, defendem o campeão nacional Sporting. Mas nem tudo são rosas, já que a falta de clubes no distrito - só há equipas em Serpa e Odemira -, faz com os emblemas tenham de jogar nas provas da associação do Algarve. Com a ambição de sempre.