Cabeça erguida, mãos no ar, Afonso Henriques ao peito e cachecol preto e branco. A imagem está a tornar-se viral e o protagonista é Rafael, adepto do Vitória de Guimarães, com apenas cinco anos, que subiu aos braços da mãe e cantou em delírio com a claque White Angels durante o jogo de segunda-feira com o Sporting. Veja o vídeo.
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Para os White Angels já é normal ver o pequeno Rafa, como lhe chama quem o conhece, a cantar até à rouquidão pelo clube que ama. Contudo, só segunda-feira o fenómeno foi filmado por uma adepta. Mal caiu na net, o vídeo com Rafa a entoar "Guimarães Allez Allez" tornou-se viral e alcançou cerca de 150 mil visualizações só na publicação original.
"Não estava à espera deste sucesso todo, vamos na rua e toda a gente o conhece", ilustra a mãe, Teresa Silva, enquanto acompanha o pequeno Rafael, que passeia pelas ruas da cidade de boné com as iniciais do clube.
A história do adepto Rafael Cabral começa como a de tantos outros vitorianos. Foi inscrito como sócio no dia em que nasceu e, aos três anos, pôs os pés pela primeira vez no D. Afonso Henriques (a idade mínima legal para entrar). Não foi logo para a frente da claque. A mãe não integra os White Angels e mantinha-o perto.
Mas a história do "ultra" Rafael ia mudar. Num dos jogos foi convidado, como tantas outras crianças, a assistir à partida à frente dos White Angels. A partir daí, aprendeu as letras, os ritmos das palmas e ficou contagiado com o fervor dos vitorianos, reconhecido por tantos por ser único no país.
Ainda anda no infantário mas já canta todas as músicas da claque de cor. Sabe o nome dos jogadores e tem dois ídolos. "Gosto do Moreno e do Licá", atira o pequeno. Também joga futebol, nas escolinhas do Pencelo, na posição de "avançado ou médio-centro", revela.
Fora de campo é do Vitória. E só deste clube, como qualquer vitoriano que se preze. Coleciona roupa dos White Angels oferecida pela família e brinca mais do que fala. O jeito é mesmo para o canto. Afinal, tem que fazer jus ao orgulho que a cidade já tem por ele.
Exemplo de segurança
Não há jogo em que Rafael não queira ir para a frente da claque. Ele e outros miúdos. Em Guimarães, no estádio, são muitos os pequenos que já estão habituados a cantarolar enquanto brincam numa zona quase exclusiva para crianças, mesmo à frente dos White Angels. Estão vigiados pelos pais e pelos responsáveis da claque, que garantem o bem-estar das crianças enquanto apoiam a equipa.
São o exemplo de que as claques de futebol podem ser um local de convívio onde as crianças também entram. "O objetivo da claque foi mostrar ao país que é seguro ir ao futebol, desmistificar a ideia negativa das claques, e eu acho bem", explica Teresa, a mãe de Rafa.