Henrique, Inês, Ana e Lara conheceram a cidade de Almaty antes do encontro do Vitória de Guimarães frente ao Astana, no Cazaquistão, para a Liga Conferência.
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Ainda eram 7 horas da manhã em Portugal quando em Almaty, no Cazaquistão, já era hora de almoço. Henrique e Inês, irmãos, Ana e Lara, primos, todos família e jovens adeptos do V. Guimarães que vieram de Portugal ver o jogo contra o Astana, para a Liga Conferência, estavam a almoçar num restaurante de uma cadeia de fast food. Junto à Catedral Ascension, uma igreja ortodoxa e um dos principais pontos turísticos da cidade, contaram, ao JN, que o Cazaquistão os surpreendeu pela positiva e até relataram algumas peripécias da deslocação.
"A barreira linguística, por não falarem inglês, é um obstáculo, até para perguntar coisas simples. Mas é um país lindíssimo, é tudo muito cuidado, limpo e seguro", relata Ana Soares, de 30 anos. Sendo a mais velha do grupo, viajando com os primos, sente a responsabilidade, mas a experiência está a ser "incrível". "Viajamos sempre no verão juntos, mas é a primeira vez sozinhos, temos mais liberdade mas estamo-nos a portar bem [risos]".
A viagem foi pensada por Henrique Ribeiro, de 15 anos, que pediu para vir ao Cazaquistão ver o "seu" Vitória como prenda de Natal aos pais, apesar de já ter ido à Suíça ver os vitorianos contra o St. Gallen, na companhia do avô. Numa altura em que as temperaturas rondavam os oito graus, mas a sensação térmica era bem inferior, o jovem encontrava-se apenas com uma camisola de manga curta do clube de Guimarães. "Eu sempre tive tolerância ao frio, e para mostrar o emblema fico com calor [risos]".
Às 15.30 horas, o V. Guimarães sobe ao campo para defrontar o Astana, naquela que é a maior deslocação da história do clube nas provas europeias, depois de fazer uma ligação aérea de oito horas e meia entre Portugal e o Cazaquistão.
É apenas a terceira vez de Lara Fernandes, de 19 anos, a andar de avião. As oito horas e meia do Porto até ao Cazaquistão foram passadas "a estudar, sobretudo, mas a ver alguns filmes também" e "não custou muito" o longo tempo de deslocação. A viagem foi feita no mesmo avião que o plantel vitoriano e para Lara foi a "junção perfeita". "Vi os jogadores no aeroporto e para além de vir ver o jogo ainda os vi de perto e senti que estão felizes de cá estar".
Apesar de terem almoçado num restaurante de uma cadeia de fast food, o grupo já provou a gastronomia local. "Comemos um arroz com muitas misturas e até que era bom, mas a forma como cozinham é muito diferente da portuguesa", conta Inês Ribeiro, de 18 anos. Questionada sobre se tem curiosidade em comer carne de cavalo, tradicional no Cazaquistão, exclamou "não". "Ao lado aqui da Catedral vemos cavalos... só de imaginar comê-los é horrível".
O amor pelo Vitória une primos e irmãos em todos os jogos no D. Afonso Henriques, mas esta deslocação ao estrangeiro será sempre especial.