Adeptos leceiros lançam manifesto contra a mudança do jogo para Paços de Ferreira
João Rocha e Gonçalo Brás são dois adeptos do Leça, há mais de 20 anos, que mostraram desagrado com a mudança do local do embate contra o Sporting, a contar para os quartos de final da Taça de Portugal, para Paços de Ferreira. Consideram que "não houve preocupação com a festa do futebol, nem com os adeptos".
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O facto de o sorteio ter ditado um Leça-Sporting nesta fase da Taça de Portugal foi motivo de grande alegria para os adeptos leceiros, mas a alteração para o Estádio Capital do Móvel, por alegada falta de condições para a realização da partida em Leça da Palmeira, revoltou a massa adepta para a qual receber um clube de tamanha dimensão em Portugal é algo de especial.
Por este motivo, João Rocha e Gonçalo Brás redigiram um manifesto, intitulado "dois pesos e duas medidas" onde condenam a mudança de local por considerarem que não houve "preocupação com os adeptos" e utilizaram exemplos de situações similares com clubes de dimensão mundial. " O Barcelona jogou no Linense, para a Taça do Rei de Espanha, clube que tem um campo sintético. O Sevilha foi jogar a um campo sem bancadas. Não compreendo como é que não há um esforço da Federação Portuguesa de Futebol e do Sporting para se valorizar um espetáculo que é o futebol", explicou João Rocha.
O facto de o jogo estar agendado para a noite requer que a iluminação do relvado cumpra certos requisitos mínimos para o jogo se poder realizar e ser transmitido. Mesmo neste aspeto João Rocha, nascido e criado em Leça da Palmeira e adepto fervoroso do clube, acredita que este não seria um fator determinante.
"Compreendo que o Sporting é um grande, mas o Paredes veio a Leça da Palmeira às 14 horas de uma quinta-feira, porque é que o Sporting não o pode fazer? A iluminação não era ligada há quatro anos, testaram-na nos últimos dias, não entendo porque é que aquela iluminação não é suficiente", defende. "Temos uma massa associativa envelhecida e vão forçar os adeptos a ir para Paços de Ferreira a um dia da semana. Este tipo de medidas prejudica a imagem da Taça de Portugal e não defende nem o espírito da competição nem a festa do futebol", considera.
A concluir, João Rocha deixa uma questão. "Quantos clubes em Portugal tem capacidade para cumprir todos os requisitos da Federação Portuguesa de Futebol e receber este tipo de jogos no seu reduto?", questiona.