Época de superação conduz malapeiros à fase de subida do Campeonato de Portugal. Voltar à Liga 3 é, agora, o objetivo.
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Para aqueles que têm como garantido que aquilo que nasce torto, tarde ou nunca se endireita, o melhor é olharem com atenção para o trajeto do S. João de Ver esta época. Despromovido da Liga 3, viveu um verão atribulado, marcado pela recompra da SAD por Carlos Branco e a construção, em poucos dias, de um plantel praticamente novo para competir numa Série B do Campeonato de Portugal altamente competitiva.
O capitão, Diogo Barbosa, foi dos poucos jogadores a ficar, relativamente à temporada passada. "Foi por acreditar no projeto e que podia devolver o S. João de Ver à Liga 3" que o fez, crença reforçada com um início de época de sonho, com quatro vitórias seguidas a abrir o campeonato e um susto pregado ao Leixões, da Liga 2, na Taça de Portugal.
Quando a turbulência parecia superada, Pedro Machado, técnico que iniciou esta caminhada, saiu para o Oliveira do Hospital, da Liga 3, obrigando a nova decisão estrutural, esta tomada com a época a pleno vapor. "Foi um balde de água fria, mas compreendemos a decisão", lembra o diretor desportivo, Filipe Macieira. Novo contrarrelógio, agora para encontrar uma equipa técnica "que jogasse no mesmo modelo (3-5-2) e conhecesse este campeonato", perfil em que António Oliveira encaixava na perfeição.
"Tinha subido à Liga 3 (na época passada) e acabado de sair do Vianense", lembra o dirigente, mas nem tudo foram rosas no início. "Nos primeiros cinco jogos, tivemos duas derrotas, dois empates e apenas uma vitória", recorda o técnico, que viu no desaire com o Beira-Mar (3-0), na primeira volta, "o clique" para um resto de campeonato nivelado por cima. "A equipa percebeu que perdeu de forma injusta e que podia chegar aonde está", explica, juntando a esta equação "o jogo em Rebordosa (vitória por 0-2), disputado em condições climatéricas desfavoráveis e que poderá ter sido o momento-chave" para que, a duas jornadas do fim da Série B, os malapeiros carimbassem a ida à fase de subida.
Num projeto cujo objetivo inicial passava por garantir a manutenção, voltar à Liga 3 na próxima época virou prioridade. "Temos 50% de probabilidades de subir e só olhamos para isso", diz Diogo Barbosa, com Filipe Macieira a reforçar: "Já que lá estamos, não há mais nada por que lutar".
Plantel
Guarda-redes: Raphael Mello, Mário Évora e Gabriel Pais;
Defesas: Daniel Rodríguez, Ruca, Pedro Rodrigues, Pedro Nuno, Tomazi, Rafael Tavares, Eduardo Gonçalves, Carlitos, Edgar Almeida e Zezinho;
Médios: Diogo Barbosa, Jessé, Daniel Rodrigues, Pedro Martins, Daniel e Gabriel Sousa;
Avançados: André Claro, Paulinho, Júlio Alves, Zakhar Terpugov, Isaac Cissé, Miguel Lima e Marcelo Marques.