Cerca de 600 árbitros ativos não chegam para mais de mil jogos por semana e obrigam alguns a fazer até 10 partidas.
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A nomeação de Artur Soares Dias para o prémio de melhor árbitro de futebol de 2023 pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS), galardão que será entregue a 1 de janeiro de 2024, a que se juntou a nomeação de Cristiano Santos para melhor árbitro do ano de futsal, colocou o foco na arbitragem portuguesa pela positiva e na Associação de Futebol do Porto (A.F. Porto), em particular, por ambos serem juízes formados no Porto. Distinguidos pelos simples facto de fazerem parte de uma lista restrita de árbitros de futebol e futsal de todo o Mundo, este não deixa de ser um registo encorajador para os árbitros que a A.F. Porto tem produzido, apesar das dificuldades com que se debate o setor para atender a um número crescente de jogos que, no pico da temporada, podem significar mais de 1100 partidas num só fim-de-semana.
As contas são simples de se fazer, quando se sabe que a associação tem cerca de 980 árbitros nos quadros, mas só conta com cerca de 600 em atividade, descontadas dispensas e lesões. Se a estes se subtraírem cerca de 140 para conduzir aos jogos de futsal, que no pico da temporada rondam os 220, percebe-se que os que conduzem os jogos de futebol são curtos para tantas solicitações. Nos últimos anos, a A. F. Porto cresceu em número de jogos organizados, o que obriga alguns juízes a fazer até uma dezena de jogos ao fim-de-semana. O desgaste é óbvio, mas neste momento não há alternativas.