A nova divisão da Associação de Futebol do Porto (AFP), a Huyndai Liga Pro, junta 18 dos melhores clubes num campeonato que promete muita competitividade e que dará mais um passo no sentido de diminuir o fosso entre futebol distrital e profissional.
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A Hyundai Liga Pro é uma realidade desde o sorteio do calendário competitivo, que decorreu no na tarde desta sexta-feira no auditório da Associação de Futebol do Porto (AFP). “É aqui que jogam os melhores”, disse José Manuel Neves, presidente da AFP, que pretende elevar a fasquia de exigência a todos os níveis e, com isso, reduzir o fosso que separa o futebol profissional do distrital.
“Este modelo quer dar mais visibilidade ao futebol distrital e felizmente encontramos uma marca de prestígio internacional, que tem patrocinado a UEFA e a FIFA e que se juntou ao futebol distrital, o que nos traz uma grande responsabilidade na projeção da nossa marca, clubes, jogadores, treinadores e dirigentes”, sublinhou.
Numa sala que contou com representantes de todos os clubes envolvidos no sorteio, o presidente da AFP não detalhou a parceria com o patrocinador oficial do novo campeonato, embora tenha sublinhado a grande abrangência do acordo alcançado entre as partes. Em vias de definição está ainda a transmissão de alguns jogos da Hyundai Liga Pro. “O modelo em que isso vai ser feito vai obrigar a diversas ativações, que serão tratadas com os clubes envolvidos”, explicou, reconhecendo estar ainda a desenvolver a questão.
Em termos competitivos, a AFP espera elevar a fasquia, já que a preparação desta nova competição levou a que os clubes tivessem de melhorar as respetivas estruturas para se organizar tudo de uma forma mais profissional. “Só os melhores jogam nesta prova e qualquer equipa da Hyundai Liga Pro está preparada para jogar em qualquer competição da Federação Portuguesa de Futebol. O modelo definido no Campeonato de Portugal é o que é e já demos a nossa opinião sobre a prova. Mas qualquer um destes clubes, mesmo os da Divisão de Elite, estão preparados”, comentou.
Relativamente às melhorias estruturais, José Manuel Neves lembrou o esforço que já foi feito. “Para chegar a este patamar competitivo, os clubes já têm uma certificação obrigatória e os dirigentes formação obrigatória, ou seja, já estamos a preparar o ingresso nos campeonatos profissionais”, acrescentou.
Antes do sorteio da matriz da competição que conta com 18 clubes e definiu um calendário com 34 jornadas, José Manuel Neves destacou a bola oficial: “Uma bola FIFA, que será oferecida aos nossos clubes”.
Entretanto, o sorteio ditou os primeiros confrontos de um campeonato que arranca a 1 de setembro: Vila Meã-Maia Lidador; São Martinho-Vila Caiz; Leixões B-Aparecida; Vila FC-Oliveira do Douro; Aliança de Gandra-Vilarinho; Canidelo-Ermesinde 1936; Nogueirense-Sousense; Lixa-Valadares Gaia; Sport Clube Rio Tinto-Padroense.
Joel Alves: “Quem sabe se este não será o ano do SC Rio Tinto!”
Joel Alves, presidente do Sport Clube Rio Tinto, não escondeu a satisfação por ver o clube envolvido na Hyundai Liga Pro. “Vamos ter um campeonato competitivo, sem equipas fáceis e penso que o cliché habitual de dizermos que vamos ter de ir jogo a jogo, se apropria neste caso, com intuito de irmos para cada jogo para o vencer. Mas estou convencido que será um grande campeonato e o slogan do presidente "os melhores jogam aqui" cai como uma luva, efetivamente”, declarou Joel Alves, presidente do Sport Clube Rio Tinto, que recebe o Padroense na jornada inaugural.
Em relação às exigências subjacentes a esta nova competição e dos seus impactos, Joel Alves mostrou-se satisfeito. “Sendo este o último passo antes de chegarmos a um campeonato nacional faz todo o sentido que os clubes estejam preparados parar dar esse passo e não sintam tanto a dificuldade de ter de dar respostas a um campeonato mais exigente e terem que alterar as suas estruturas. Todos saem a ganhar com isso, porque nos preparam melhor em termos de estruturas e procedimentos”, sublinhou.
No que diz respeito às aspirações do clube na Hyundai Liga Pro, Joel Alves não escondeu a ambição: “Vamos procurar fazer o melhor possível e tentar andar no pelotão da frente, sem deixarmos de manter os pés no chão, respeitando as outras equipas, conscientes que também terão as suas ambições. Andar no primeiro terço da tabela agradava, mas vamos fazer tudo por tudo para alcançar mais e melhor”.
“Passa-nos pela cabeça conseguir subir, porque não”, respondeu ao desafio dos jornalistas, acrescentando: “Mas sabemos que será muito difícil, porque há muitos candidatos. Não assumimos essa candidatura, mas temos esperança de podermos lutar pelos primeiros lugares e, quem sabe, se este não será o ano do Sport Clube Rio Tinto!”
António Fernando: “A Hyundai Liga Pro vai ser ainda mais competitiva”
António Fernando, presidente do Maia Lidador, concorda que o campeonato será muito competitivo. “Já a última Divisão de Elite era mais competitiva do que 70 por cento do Campeonato de Portugal. Sou suspeito, mas é a minha opinião. Em relação a este novo modelo, a Hyundai Liga Pro terá 18 clubes e isso, certamente, vai levar a que haja ainda mais competitividade, além do facto de termos apenas uma série e maior visibilidade. Com este patrocínio que se encontrou, fica provado o interesse que esta divisão representa para o futebol em Portugal”, comentou.
Para o Maia Lidador a ambição não muda. “Vamos procurar os lugares cimeiros, como temos feito nos últimos anos, e construir a melhor equipa possível. Quanto ao modelo, estou convencido que será mais exigente do que o Campeonato de Portugal”, apontou.
No horizonte surgem vários desafios e o da transmissão de jogos é apontado como um aspeto essencial. “Parece-me importante ver concretizada a transmissão de jogos deste campeonato de forma estruturada e esse deve ser o próximo esforço da associação. Começamos com uma bola nova tão boa, ou melhor, do que a da Liga 3. Mas têm sido passos adicionais que têm obrigado os clubes a evoluir e temos consciência de que temos de nos adaptar a um futebol mais moderno”, acrescentou.