O Benfica passou de forma vitoriosa pela Bélgica e deu um passo de gigante na direção aos quartos de final, num jogo em que foi superior ao adversário e igualou o registo do F. C. Porto, alcançado na altura de José Mourinho, ao garantir o 12.º jogo consecutivo sem perder na Champions. João Mário, de penálti, e David Neres, após uma perda de bola dos belgas, sentenciaram o jogo diante do Brugge num estádio bem composto e vibrante pela alma de vários milhares de adeptos portugueses.
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Depois da primeira fase, em que o sofrimento foi mais por culpa própria do que por mérito belga, o Benfica assumiu o controlo da discussão na tentativa de forçar o erro na defesa contrária, o ponto mais fraco do Brugge. Esbanjou oportunidades, mas aproveitou as falhas primárias do último setor belga para selar o triunfo e abrir o cofre com mais de dez milhões de euros.
A equipa encarnada revelou competência e dominou o jogo, sem nunca perder o registo pressionante, marca forte de Roger Schmidt, mesmo que a saída de Enzo Fernández tenha significado alguma falta de qualidade de rotura diante de adversários mais fechados. Para já, Chiquinho tem assumido bem o papel anteriormente destinado ao argentino, mas é a força do coletivo que tem resolvido alguns problemas, muito à custa da liberdade dos jogadores da frente.
Os encarnados surgiram pressionantes e a tentar jogar no meio-campo adversário, numa postura a assumir riscos e que quase permitia o golo do Brugge, após um lance de Buchanan que surpreendeu Bah, mas não Vlachodimos. A incursão motivou os belgas, muito aquém no campeonato mas a surpreender na Liga dos Campeões, e lançou-os para uma fase de maior domínio.
Enquanto o Benfica se manteve retraído, sofreu golpes do adversário, embora sem grande perigo. E quando tornou a explorar a passividade da defesa belga, nas saídas para o ataque, reassumiu o comando do jogo. António Silva, Rafa e Gonçalo Ramos desperdiçaram boas oportunidades. Mesmo assim, a águia sofreu um susto na saída para o intervalo, já que Odoi fez abanar as redes de Vlachodimos, mas estava fora de jogo.
Os encarnados reentraram no mesmo registo e Gonçalo Ramos deu um aviso, ao falhar uma chance clara, até aproveitar uma imprudência de Hendry, que cometeu um penálti que acabaria por ser cobrado por João Mário. Em vantagem, o Benfica geriu o jogo com conforto e manteve-se à espreita da melhor oportunidade para dar a estocada final na eliminatória. Schmidt lançou Neres e Guedes para dar maior imprevisibilidade à equipa que passou a ter mais espaço à mercê. Seria o brasileiro a fechar o resultado, ao aproveitar da melhor forma um erro crasso da defesa belga. O Benfica continua imparável na Europa.
Positivo: João Mário não tremeu no pénalti, fabricado por Gonçalo Ramos. Neres tranquilizou e Florentino jogou simples e bem.
Negativo: Bah mantém dificuldades de posicionamento. Hendrik e Meijer erraram de forma infantil para bem das águias.
Árbitro: Permitiu sempre o contacto físico na pressão, por vezes irregular, mas manteve uniformidade de critério.