Roger Schmidt mudou quase meia equipa e arranque foi em falso, mas a reação foi rápida e feita com convicção e... um autogolo incrível de Jhonatan, que entra para um programa de apanhados
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Um Benfica em versão alternativa, com Roger Schmidt a descansar cinco titulares, construiu um triunfo confortável sobre um Rio Ave que entrou a ganhar na Luz. A águia sofreu um susto, mas a verdade é que podia ter alcançado um resultado mais expressivo, caso fosse mais assertiva. Os vila-condenses revelaram coragem, mas foram engolidos pelo caudal ofensivo dos encarnados, que, mesmo sem o entrosamento de algumas peças, jogaram de forma alegre e muito segura.
Apesar do fato alternativo, as águias mostraram confiança e aproveitaram a força das bancadas. Ficaram em desvantagem, devido a uma fuga exímia de Fábio Ronaldo, mas mantiveram a convicção e justificaram a vitória.
O argentino Enzo Fernández serviu de farol para abrir a muralha. O médio joga com simplicidade e precisão assustadora. Foi ele que assistiu João Mário, que só teve de dar o "cheque" para Gonçalo Ramos assinar.
As águias, que não tinham dado sinal de quebra psicológica, anularam o handicap inicial e criaram várias situações. Jhonatan, que tinha parado lances complexos, assinou um momento caricato que permitiu a reviravolta. Uma péssima abordagem fez com que o guarda-redes do Rio Ave acabasse por introduzir a bola na própria baliza. Um momento de infelicidade para o guardião.
O clube de Vila do Conde pareceu afetado e deixou-se ir na corrente, o que permitiu espaços ao Benfica, que voltou a marcar antes do intervalo. No descanso, Schmidt protegeu Enzo Fernández e Gonçalo Ramos. Um ato de gestão a pensar na viagem a Paris, onde os encarnados voltam, depois de amanhã, a medir forças com o PSG.
O croata Musa picou o ponto e chegou a cheirar a goleada, mas o Rio Ave ainda atenuou os danos, por Guga, que fez o melhor golo da tarde. Antes disso, momento muito especial para Samaris. O grego foi substituído e saiu em lágrimas, ao receber a ovação dos adeptos, que não esqueceram os sete anos de ligação à Luz. Nunca será só futebol.
Mais: Gonçalo bisou, mas foi a precisão de Enzo (passes com GPS!) que fez a diferença. Guga apontou o golo mais bonito.
Menos: Jhonatan assinou um autogolo digno de um programa de apanhados. Otamendi sem "pernas" no tento inaugural.
Árbitro: Arbitragem discreta, num encontro sem grandes casos, mas que foi disputado a um ritmo significativo.
Veja o resumo do jogo:
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