Magia de Gonçalo Ramos e Rafa acabam com esperança belga ainda na primeira parte. João Mário e David Neres selam os restantes golos de uma noite histórica frente a um adversário desnorteado
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Um Benfica dominador, soberano e avassalador goleou o Brugge (5-1) e confirmou o bilhete para os quartos de final da Liga dos Campeões, num estilo quase imperial. Os encarnados confirmaram que são de um patamar futebolístico bem distinto do oponente. Apesar dos cinco golos, falharam mais uma mão cheia de oportunidades, numa Luz vibrante ( mais de sessenta mil nas bancadas) com a noite europeia e um resultado histórico.
A magia de Gonçalo Ramos (uma assistência e dois golos) revelou-se decisiva na descolagem da águia, que ameaçou na fase inicial, mas só chegou aos golos perto do intervalo.
Depois, mais de 60 mil adeptos aproveitaram o espetáculo num ambiente de festa e com a equipa a deixar uma imagem intensa, alegre e com momentos de nota artística.
O Benfica entrou com tudo e a baralhar a defesa belga. João Mário, de calcanhar, aqueceu a Luz, mas o VAR cortou a euforia e, no instante seguinte, Vanaken esteve perto de iludir Vlachodimos. Uma roleta russa de emoções em face da subida e descida abruptas da temperatura nas bancadas.
Depois de um período de recuperação do fôlego para reduzir a pulsação e centrar o foco, o onze de Roger Schmidt retomou o plano de assalto, privilegiando a ala direita, onde descaíam João Mário, Rafa e Bah. Florentino e o próprio João Mário podiam ter concretizado a ameaça inicial, mas não houve discernimento.
A ausência de instinto letal benfiquista manteve a esperança belga na eliminatória com Vanaken, Buchanan e Lang a tentarem desequilibrar. Esse crescimento e adiantamento belga acabou por ser aproveitado num contra-ataque para, finalmente, mostrar o carimbo dos "quartos".
Rafa encontrou o caminho da baliza, após um passe milimétrico de Gonçalo Ramos, que momentos depois colocou o selo final na batalha, numa ação plena de coragem, técnica e precisão no remate.
As águias geriram a segunda parte num ritmo inicialmente baixo, mas mantiveram o assédio ofensivo. O conforto da vantagem acentuou a confiança benfiquista que ampliou o marcador por Gonçalo Ramos e começou a pensar na goleada. João Mário puxou de novo selo, numa fase em que o conjunto já jogava sem grande rigor, mas ainda de forma suficiente para ampliar o marcador e brindar a Luz.
Mais: Gonçalo Ramos está a tornar-se num caso sério: dois golos de eleição e uma assistência. Rafa descobriu o caminho dos quartos e Bah foi o melhor na fase inicial.
Menos: Otamendi não estava bem colocado, fez falta e viu o amarelo que o inibe do próximo jogo. Sylla revelou total desnorte na falta da penalidade cometida sobre Gilberto.
Árbitro: Socorreu-se do VAR para anular o golo de João Mário e não hesitou no castigo máximo sobre Gilberto.