Alejandro Marque, vencedor da Volta a Portugal de 2013, informou esta sexta-feira que foi ilibado pela Real Federação Espanhola de Ciclismo, que arquivou o seu processo por considerar que o uso de betametasona se deveu a fins terapêuticos.
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Durante a Volta a Portugal do ano passado, Alejandro Marque teve um controlo antidoping positivo por betametasona, um esteroide, e foi despedido pela Movistar quando o seu positivo foi anunciado pelo diário espanhol "El País", ficando sem equipa e perdendo quase toda a temporada, com exceção do Grande Prémio Abimota, que correu com uma formação amadora.
O galego, que quando ganhou a Volta a Portugal corria com as cores da OFM-Quinta da Lixa, defendeu sempre a sua inocência, reconhecendo que recorreu à betametasona para tratar uma lesão no joelho através de infiltrações, comprovadas por uma autorização terapêutica.
Em conferência de imprensa, em Pontevedra, Marque revelou "enorme satisfação" pela decisão do Comité de Competições da RFEC.
"É uma boa notícia, mas durou muito tempo a decidir-se. O caso Alex Marque já é história. Esta semana recebi a notificação de que tudo está em ordem. A minha inocência está mais do que provada, como defendi desde o início", disse.
O ciclista galego considerou que este "foi um ano muito difícil" e que só ele e a família sabem o que passou, lembrando que ficou com "a imagem danificada e a honra de um desportista atirada ao chão", por aquilo que considera um duplo erro.
"A primeira foi a divulgação de uma notícia falsa, porque não havia nenhum positivo e foi tratado como assim fosse. O segundo é o que acarreta essa notícia", lembra Marque, que foi despedido pela Movistar, equipa que lhe "virou as costas".
Marque esperava "algo mais" da equipa espanhola, sobretudo porque "já tinha apoiado (ciclistas) em outros casos piores", pedindo às autoridades que sejam "mais rápidos" nestes casos, porque não se pode notificar um ciclista em dezembro e resolver o caso em agosto.
"Estamos em agosto e praticamente falta um mês e meio de competição, pelo que a temporada está perdida. Na Volta a Portugal estarei como espetador. Foi um ano muito duro, duríssimo", relatou.
Marque não descartou acionar judicialmente o "El País", jornal que avançou com a notícia do controlo positivo, e espera por uma resposta da Movistar.
"Senti-me um pouco defraudado pela forma como fizeram as coisas, já que tomaram a decisão a partir de uma notícia falsa. Eu tenho a prova de que sou inocente, agora veremos como atuam eles.
Em março, o ciclista de 32 anos confessou à agência Lusa estar a viver em suspenso, sem receber qualquer ordenado.
"Há dias em que tenho vontade de ponderar se vale a pena continuar ou não e seguir a minha vida por outro caminho, mas há o orgulho. Eu ganhei essa Volta como a ganhei, não a ganhei usando nenhum tipo de substância para melhorar o meu rendimento. É mais por isso e pelas pessoas que estão a apoiar-me, que não são poucas, que estou a seguir em frente", disse então.