Alejandro Marque pedala para o adeus: "Fui um privilegiado durante estes anos"
O "privilegiado" Alejandro Marque está a despedir-se, sem arrependimentos, da Volta a Portugal e de uma carreira maior do que sonhou, admitindo tristeza por deixar o ciclismo, a modalidade que lhe proporcionou momentos inesquecíveis.
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"Está mais do que pensado. No ano passado, já tinha na mente que podia ser esse o último, mas como a Volta a Portugal correu muito bem, quis adiar um ano. Mas esta é uma opção que já tenho meditada. Em parte, fico um bocado triste por abandonar a modalidade, mas são etapas da vida que acabam", revelou Alejandro Marque, em entrevista à agência Lusa, durante a 83.ª edição da prova, que cumpre, hoje, o dia de descanso.
A decisão está tomada e o ciclista da Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel já pensa nas saudades que vai ter das pessoas que conheceu "ao longo dos anos" e que promete visitar, quando o seu projeto de futuro, uma loja de bicicletas ainda em construção, assim o permitir.
"Levo muitos anos a fazer o mesmo e, apesar de obrigar a muitos sacrifícios, é algo de que gosto. Realmente, penso que somos uns privilegiados por poder viver desta modalidade. Penso que fui um privilegiado durante estes anos", assumiu.
Quase a completar 41 anos, Alex olha para trás, para aquilo que foi a sua carreira, sem arrependimentos. Vencedor da Volta a Portugal em 2013 e terceiro em 2015 e 2021, o galego de A Estrada sente que "sempre" deu o seu melhor e tentou ser "o mais profissional possível".
"A minha vitória em 2013 foi incrível. Foi espetacular. Os momentos do ano passado também afloraram os sentimentos do passado, de 2013. E a Volta à China também foi outro dos momentos, porque foi além-fronteiras. Era uma cultura diferente e foi um dos triunfos que me deu mais prestígio a nível internacional", enumerou Alejandro Marque.
Profissional desde 2004, o ciclista que nunca deixa de sorrir, nem nos piores momentos, passou por quase todas as equipas portuguesas, deixando um "rasto" de carinho no pelotão nacional. É mesmo uma das figuras mais queridas por colegas, rivais e os outros elementos da caravana.