Pequenos estão preocupados com o retorno financeiro e o interesse que poderá suscitar uma segunda fase da Liga a jogar-se apenas pela permanência. Mudança dos quadros competitivos não é tão simples como se possa pensar.
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A alteração dos quadros competitivos sugerida por André Villas-Boas no "Football Summit", na Cidade do Futebol, com o intuito de valorizar o campeonato e aumentar o bolo das transmissões televisivas, deixou os clubes mais pequenos desconfiados e a questionar vários aspetos. De acordo com o modelo sugerido pelo presidente do F. C. Porto, a reformulação passaria por criar uma liga disputada em duas fases. Com a primeira a uma volta até dezembro, que definiria a classificação para a segunda fase. As equipas da primeira metade ficariam envolvidas na luta pelo título e pelo apuramento para os lugares europeus, com os três grandes a defrontarem-se pelo menos três vezes, em vez de duas, como até aqui. A segunda metade colocaria as equipas na luta pela permanência, mas tudo sujeito a diversas variantes para tornar o campeonato mais competitivo e aumentar o seu valor comercial.
"A divisão do campeonato numa segunda fase pode ser interessante, mas teria de se salvaguardar a perca de rentabilidade que os clubes mais pequenos possam vir a ter por não jogarem em casa com os grandes, eventualmente. Temos poucas garantias que o "bolo" das transmissões televisivas possa aumentar. No caso do Estrela da Amadora, só conseguimos uma receita líquida de cerca de 100 mil euros nos jogos com os grandes", explicou, ao JN, Paulo Lopo, presidente do Estrela da Amadora. Mas as preocupações não se ficam por aqui. "A questão é perceber até que ponto os jogos dos clubes da segunda metade de um play-off de descida iriam manter o interesse dos adeptos", acrescentou.