Amândio de Carvalho diz que "existe princípio de consenso sobre novos estatutos"

Depois da reunião da direcção da FPF com a Comissão Delegada das Associações Distritais e Regionais, a Liga e as representações de árbitros e treinadores, Amândio de Carvalho sublinhou que "hoje foram dados passos importantes".

"Daqui saíram pontos muito positivos. Já foram limadas umas quantas arestas. Há um princípio de consenso, mas é evidente que não vou dizer que já se aproxima dos 100 por cento", disse.

Amândio de Carvalho revelou que estão criadas as condições para a aprovação dos estatutos e anunciou que na segunda-feira, a partir das 17 horas, a FPF volta a reunir-se com as associações e "mais sócios ordinários" da Assembleia-Geral.

"Os três pontos básicos (rejeitados na Assembleia-Geral de 19 de Março) já estão um pouco diluídos e esperemos que fiquem ainda mais na segunda-feira. Essa é a nossa intenção e os sócios vão trabalhar para isso e até falarem com outros sócios", afirmou, acrescentando que para o próximo encontro serão "convidados todos os sócios ordinários".

O dirigente federativo manifestou-se também esperançado em que a Assembleia-Geral extraordinária de 30 de Abril conclua o processo e salientou que a FPF comunicou à UEFA e à FIFA a realização da reunião magna.

"Há toda uma sensibilidade por parte de todos os sócios ordinários para que não haja qualquer retaliação da UEFA e da FIFA. Comunicámos tanto à FIFA como à UEFA que este processo termina na assembleia de 30 de Abril", disse.

Amândio de Carvalho revelou ainda confiança na aprovação do Regulamento Eleitoral: "Será teoricamente fácil aprovar, porque os princípios do regulamento resultam dos próprios estatutos e, de certeza, não vão ser criados problemas".

Na reunião não estiveram presentes o presidente da FPF, Gilberto Madail, que se encontra doente, o presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, Joaquim Evangelista, e Lourenço Pinto, que preside à estrutura associativa do Porto.

A reunião foi convocada pela direcção da FPF para se encontrar um consenso sobre o projecto de estatutos e o Regulamento Eleitoral.

Em causa estão três artigos do novo modelo estatutário que tinham sido chumbados na especialidade, na sessão magna de 19 de Março, depois de aprovado na generalidade o articulado em conformidade com o Regime Jurídico das Federações Desportivas.

O método de Hondt na eleição para os conselhos de arbitragem, justiça, disciplina e fiscal da FPF e a representatividade são as matérias que suscitam mais polémica e que serão novamente submetidas a votação na AG extraordinária de 30 de Abril.

Esta reunião foi marcada a 2 de Abril, depois de aprovada a suspensão dos trabalhos da sessão extraordinária, na sequência de um requerimento apresentado pela Associação de Futebol de Leiria e aprovado por 29 dos sócios ordinários, com único voto contra da Associação Portuguesa de Árbitros (APAF).

A FPF continua sem estatutos adequados ao novo Regime Jurídico das Federações Desportivas, permanecendo com parte da utilidade pública suspensa pelo Governo, que cortou praticamente todos os apoios financeiros à federação.

O Governo tinha prometido reavaliar a situação da FPF em Abril, enquanto a FIFA e a UEFA também já ameaçaram suspender a federação portuguesa, o que implicaria a exclusão dos clubes e das selecções das várias competições internacionais.