O candidato à presidência do F. C. Porto esteve, esta sexta-feira, numa sessão de esclarecimento aos sócios, que decorreu no salão nobre da Junta de Freguesia de Santa Maria da Feira, e recordou a razão pela qual interrompeu a carreira de técnico de futebol e apresentou os pilares da candidatura.
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"Abandonei a carreira de treinador há dois anos para montar o que me parece ser uma alternativa consistente, com pessoas competentes, que possa elevar ainda mais o nome do F. C. Porto", afirmou André Villas-Boas, consciente que, caso ganhe as eleições de 27 de abril, terá uma dura tarefa pela frente, tal o número de vitórias e títulos alcançados por Pinto da Costa.
"Se isto se materializar, o legado que me deixam é imponente, uma história de vitórias sem igual, das quais carrego comigo estas duas belíssimas taças, mas é para demonstrar a força de vitória do nosso clube e o compromisso com a vitória. Quando arranquei este projeto, tentei rodear-me das melhores pessoas possíveis. Umas já foram apresentadas, outras serão em abril", acrescentou, antes de explicar o sentimento que nutre pelo clube azul e branco.
"Tenho um amor enorme pelo F. C. Porto, antes de se cruzar de um lado e outro, já o F. C. Porto unia a minha família. A minha família britânica está na primeira equipa do F. C. Porto e em 1906, com Monteiro da Costa, o meu avô do lado Villas-Boas acaba por ser sócio na altura da fundação. Tenho um amor único e sentido ao F. C. Porto", garantiu, salientando gostar deste tipo de ações em que contacta de forma mais próxima com os associados.
"Março é para dedicar às casas do F. C. Porto e estar próximo dos adeptos. Num ambiente familiar como este, isto tornava-se mais agradável abrindo o palco às vossas perguntas", disse, antes de apresentar "os quatro pilares" da candidatura que encabeça.
"Um relacionado com o compromisso de ganhar e ser campeão, que é a parte da Direção desportiva. Em abril vamos anunciar o nome que tomará conta dessa parte. Estamos muito focados em reestruturar a parte financeira, para que haja sustentabilidade a curto, médio e longo prazo. É preciso um plano que valorize a formação, que encontre os maiores talentos e que proteja e dê o máximo aos treinadores, seja ele o Sérgio Conceição ou outro qualquer que venha a representar o clube. É quando somos suportados por forte direção desportiva que encontramos facilmente o caminho para o sucesso. O treinador, assim, não tem de se dispersar em guerras comunicacionais, de arbitragem. É preciso pessoas com carisma para organizar a casa", salientou.
O antigo treinador voltou, depois, a realçar o legado que Pinto da Costa construiu ao longo dos 42 anos que leva como presidente, admitindo que o mesmo é uma arma de peso na batalha eleitoral que se avizinha.
"Nos próximos meses iremos encontrar mais sondagens que tornarão este terreno mais palpável e poderemos sentir se esta onda de mudança é o que sentimos aqui ou se esta batalha será ainda mais difícil, porque do outro lado está um legado impressionante. O legado que me é deixado será sempre respeitado e honrado. Eu faço parte desse legado, estive como adjunto em 2003/04, ganhei as taças, a Taça UEFA de 2003 dormiu em minha casa. Era um mero observador, mas foi-me pedido pelo chefinho Reinaldo Teles para guardá-la. Este legado de vitórias sem igual é algo que faz parte da pressão interna que está sobre mim".