André Villas-Boas: "Pinto da Costa não está em condições de presidir mais quatro anos"
Candidato à liderança dos dragões deu uma entrevista ao Público e à Rádio Renascença e revela ainda que está a ser preparada uma linha de sucessão direta para a transmissão de poder a um vice-presidente.
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André Villas-Boas jogou ao ataque numa entrevista a pouco mais de um mês das eleições do F. C. Porto. O candidato considera que o F. C. Porto tornou-se "numa galinha dos ovos de ouro" e "algumas pessoas estão-se a aproveitar da debilidade do presidente e da sua incapacidade atual", destaca.
"No outro dia disse que é muito fácil desmentir Jorge Nuno Pinto da Costa. Ele já disse que não avançaria, que jamais apontaria uma linha de sucessão direta, que jamais consideraria o F. C. Porto uma monarquia e que jamais passaria o testemunho. Tenho muito respeito pelo senhor presidente, mas penso que não está em condições, neste momento, de presidir a mais quatro anos no F. C. Porto. O que se avizinha, pós-2024, é uma linha de sucessão direta para os vice-presidentes", destaca numa entrevista que será publicada na íntegra na quinta-feira.
Num tom muito crítico, André Villas-Boas aborda ainda a questão da debilidade financeira da SAD: "Dificilmente pensaria que o presidente se pudesse recandidatar em 2024. Naturalmente é livre de o fazer e eleva este desafio e o sentido de responsabilidade e exigência. Os últimos anos têm levado o F. C. Porto à ruína financeira e a uma perda de competitividade desportiva. No meu entendimento, sempre pensei que não se recandidatasse. Resolvi avançar com esta candidatura mesmo que ele fosse meu adversário. Sinto que o F. C. Porto precisa de um novo rumo".
"Nos últimos 24 anos, o F. C. Porto fez mais de 2,9 mil milhões de euros em receitas. Desde 2015, foram 1,3 mil milhões. Tem, neste momento, 500 milhões de euros de passivo e 300 milhões de dívida financeira. Parece surreal que, enquanto podíamos ter crescido, acabámos por nos enterrar em dívidas", destaca o candidato às eleições dos dragões, marcadas para o dia 27 de abril.
André Villas-Boas relaciona ainda João Koehler, que faz parte da lista de Pinto da Costa, ao fundo de investimento Quadrantis: "João Rafael Koehler está ligado a um fundo chamado Quadrantis que, neste momento, está intimamente relacionado com a antecipação de receitas do F. C. Porto e o factoring, com condições e juros que ninguém sabe quais são. É muito provável que nas colaterais garantias dadas a esse fundo sejam direitos comerciais e passes de jogadores. Não é impossível que, se incumprir em determinadas coisas, a Quadrantis se torne dona do F. C. Porto".