André Villas-Boas, presidente do F. C. Porto, escreveu na revista "Dragões" sobre Pinto da Costa e o legado incontornável que deixa nos azuis e brancos: "A consciência da sua presença era, para nós, Portistas, a garantia de que alguém estava sempre a olhar por algo que consideramos sagrado: o nosso F. C. Porto".
Corpo do artigo
A par do que tem feito nos últimos meses, André Villas-Boas, presidente do F. C. Porto, assinou um texto na revista mensal "Dragões". Neste caso, as linhas referentes ao mês de março foram dedicadas a Jorge Nuno Pinto da Costa, histórico líder dos azuis e brancos, que faleceu no passado mês de fevereiro.
"Este é o editorial que nenhum de nós desejaria escrever. Partiu Jorge Nuno Pinto da Costa e com ele partiu também muito de todos nós. São milhares de memórias de azul e branco vividas intensamente, desde o berço, à adolescência, à vida em adulto e agora na eternidade", começa por escrever o presidente do F. C. Porto, lembrando os marcos de 42 anos de presidência daquele que considera ser o "Presidente dos Presidentes".
"Foram inúmeros os abraços, a felicidade, os sorrisos, as celebrações, o orgulho e o sentimento de pertença a uma causa transformada em desígnio e em esperança de um Povo e de uma Região. O que agora revisitamos em memória traz consigo a nostalgia e saudade de algo vivido poderosa e intensamente, graças a um homem que dedicou a sua vida a transformar sonhos em realidades. De um Clube do Porto ao Futebol Clube do Porto, um dos maiores Clubes do Mundo, o Clube Português com maior número de títulos, o Clube Português com maior número de títulos internacionais no Futebol", refere, lembrando a importância do símbolo Jorge Nuno Pinto da Costa para toda a massa adepta azul e branca.
"A consciência da sua presença era, para nós, Portistas, a garantia de que alguém estava sempre a olhar por algo que consideramos sagrado: o nosso FC Porto. Todos, de todas as idades e independentemente do local onde estivermos, temos a noção absoluta da sua importância, da sua dimensão intemporal, de como amou este clube, de como lhe entregou a sua vida, de como o pensou, de como nos mobilizou para lutar e ganhar em qualquer campo. Muitas foram as batalhas que lutou, tantas foram as vitórias que nos deu. Sem nunca nos deixar duvidar de nós, mesmo quando não alcançávamos a vitória, dando o exemplo, indo sempre à frente, de peito aberto e lutar com ele, todos juntos, fosse contra quem fosse".
Ultrapassada a cerimónia fúnebre, que contou com um momento de união no Estádio do Dragão, André Villas-Boas diz que só há uma forma de honrar o legado de Pinto da Costa: "celebrando a sua vida!".
"A vida que ele tanto amava, que viveu com uma intensidade única e que encontrou um sentido pleno no seu Portismo. Ele era e será sempre o Portismo, aquele que reconhecemos hoje e reconheceremos no futuro, encarnando os valores do FC Porto que pulsam no nosso coração e nos tornam únicos e especiais. Ao seu lado estará o forte e incomparável legado que nos deixa, mas que nos continuará a alimentar, e que temos a obrigação de partilhar com as gerações futuras de portistas, renovando, a cada dia que passa, a nossa vontade de ganhar", acrescentou, deixando, por fim, um desafio a todos os portistas.
"Por ser o melhor de nós, o Presidente dos Presidentes estará sempre entre nós. Sejamos dignos de, diariamente, continuar a celebrar a sua vida, pois a morte não a apagará e, em nós, viverá para sempre".