André Villas-Boas defendeu o crescimento do associativismo, em sessão realizada esta quinta-feira em Albufeira, e para isso quer as casas do clube como bandeira.
Corpo do artigo
Candidato à presidência do F. C. Porto nas eleições de 27 de abril, André Villas-Boas disse numa sessão de esclarecimento com cerca de 70 adeptos querer revigorar o associativismo do clube, que diz estar muito preso aos distritos do Porto, Braga e Aveiro, onde estão 88% dos sócios. “O resto do país é um deserto em termos de associados. Somos um clube fortíssimo, com muitas conquistas, mas que não se expressa a nível de associativismo. Fora do Porto, Braga e Aveiro, somos muito poucos. Esses 12% são os bravos, porque resistem”, disse.
AVB quer que as casas do F. C. Porto sejam profissionalizadas. “Precisam de ser a nossa bandeira para crescimento do associativismo”, enfatizou, criticando a gestão da bilhética, um dos assuntos mais abordados pelos presentes. O candidato quer mudanças profundas e imediatas para evitar injustiças no acesso a ingressos.
Villas-Boas salientou que o sentido de pertença dos adeptos se foi afastando e é preciso recuperá-lo. O clube “agora está a debate” e os adeptos “de olhos abertos”, alertou.
Questionado antes da sessão pelos jornalistas, não quis comentar os avanços na futura Academia da Maia, com máquinas já no terreno, afirmando que apresentará o seu conceito para um centro de alto rendimento, previsto para Vila Nova de Gaia, a 2 de abril, em Lisboa. Aos sócios disse que não quer dividir o clube em três polos (Olival, Maia e Dragão).
Sobre os elogios de Pinto da Costa ao outro candidato, Nuno Lobo, por este não ter rejeitado as contas do clube, ao contrário dele, foi curto e direto: “Naquelas contas não há nada para aprovar”.
Um dos sócios presentes quis saber se Villas-Boas, face à existência de duas candidaturas muito fortes, temia ou estava preparado para uma balcanização do clube. E o antigo treinador foi claro: "Não é o André Villas-Boas que tem de estar preparado. Os adeptos do F. C. Porto é que têm de estar preparados".
E logo acrescentou: "O caminho que leverá a que tudo se processe de forma mais suave no futuro é o rendimento desportivo, projeto financeiro, transparência, comunicação com os sócios, um conjunto de bens e valores que desapareceram do clube".
"Este é um universo novo, com duas candidatras muito fortes. O que é que preferiam, que assim não fosse? Preferiam 49% dde votos em branco e 51% de votyos no presidente?", questionou, deixando uma certeza: "Aconteça o que acontecer, o F. C. Porto sai mais valorizado. Quem viveu o verão quente de 1982 - eu não tenho memória, tinha cinco anos -, mas foi pior que este momento. Este é um momento de debate, em 1982 havia jogadores raptados, é algo muito diferente".