O treinador do F. C. Porto, Martín Anselmi, teve, pela primeira vez, uma semana longa para preparar um encontro e espera que isso se note, este sábado, na visita a Braga, onde os dragões podem aumentar a vantagem na luta pelo terceiro lugar.
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Pela frente, a equipa azul e branca encontrará um conjunto minhoto que ganhou os cinco jogos que disputou na pedreira em 2025.
“Mais do que a estatística, o Braga joga bem, sabe bem o que faz no campo e por isso tem esses números. Sabe atacar, defende junto, encurta os espaços e aproveita a transição e também são fortes na bola parada. Vai ser um bom jogo, sobretudo com todo o contexto. Temos o foco na nossa equipa, foi primeira semana longa desde que chegamos. Veio em boa altura, porque à medida que passam os jogos os nossos princípios tornam-se mais claros”, afirmou Anselmi, antes de voltar ao assunto.
“A partir de agora vamos ter sempre semanas longas e vai começar a ver-se a nossa matriz de jogo, porque já a conseguimos ver nos treinos. É um pontapé de saída para o futebol que os adeptos querem ver”, acrescentou o técnico argentino, desvalorizando o facto de este ser considerado um encontro que vale seis pontos.
“Quando terminar o jogo vão ser só três pontos. Isso dos seis pontos não se aplica para o F. C. Porto, porque temos de ganhar todos independentemente de quem está na frente. Depois quanto à tabela, esse tipo de jogos têm um condimento extra, sim. Nós procuramos sempre a vitória. Ganhar ajuda sempre em muita coisa, mas não gosto de analisar os jogos só pelo resultado. Ganhar dois jogos seguidos fora de casa seria muito bom, claro”, defendeu.
Sem poder contar com Vasco Sousa, Grujic, Rodrigo Mora e Pepê, todos lesionados, além do castigado Fábio Vieira, Anselmi não abriu o jogo em relação à forma como a equipa portista vai atacar na cidade dos Arcebispos.
“O que fazemos varia conforme o rival. Não é o mesmo ter um jogador de bola no pé ou um que jogue na profundidade, ou defrontar um rival que com linha de cinco ou de quatro. Temos de melhorar a circulação de bola, controlar os espaços. Mas podemos fazê-lo com dois médios, com extremo, sem extremo, com um ou dois avançados. Não está Mora, Pepê e Fábio, temos de ver como vamos fazer para criar oportunidades de golo”, referiu.
A experiência de Marcano e a Juventude de William
A vitória do F. C. Porto em Arouca marcou o regresso, um ano e meio depois, de Iván Marcano à equipa e o treinador aplaudiu a experiência que o espanhol trouxe à equipa, deixando, porém, um alerta.
“Um jogador como Iván, com toda a sua experiência, é sempre muito bem-vindo. Tivemos um jogo em que o rival criou menos oportunidades de golo, mas não gostei da primeira parte em termos defensivos em Arouca e isso mostra que não olho só para os resultados. Gosto que não criem ocasiões por demérito nosso, por uma distração ou um erro não forçado. Agora, se um adversário fintar três jogadores nossos, isso já é mérito dele”, defendeu.
William Gomes, um dos reforços de janeiro, tem sido aposta desde o banco de suplentes, mas Anselmi garante que isso não tem nada a ver com a juventude do brasileiro: “Não olho para a idade biológica dos jogadores, que não tem nada a ver com idade futebolística. No Independiente pusemos jogadores de 15 jogadores a jogar, mas é preciso ter cuidado e não esperar que sejam logo os salvadores da seleção, como aconteceu com o Kendry Paez [equatoriano que se estreou com 15 anos]. Se está preparado com 18 anos porque não pode fazer parte da equipa? Mas a equipa técnica tem de cuidar de um jogador com 15, 16 ou 17 anos, vejam o caso do Mora. Pelo facto de o William entrar e fazer coisas boas não se pode esperar que o faça em todos os jogos. Todos os que treinam comigo é porque estão preparados para ser titulares”, garantiu.
Anselmi foi ainda questionado sobre a presença da família de um dos seus adjuntos no Estádio da Luz para ver o jogo entre o Benfica e o Barcelona. “A sério que vamos falar disso aqui? Só publicaram uma foto, infelizmente não subiram o vídeo quando gritaram o golo do Barcelona”, revelou.