O jogo entre o Custóias e o Perafita terminou ao intervalo, quando um jogador do Perafita agrediu o árbitro. Presidente da A. F. Porto e os responsáveis pelos dois clubes de Matosinhos confirmam o incidente.
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No domingo, o jogo entre Custóias e Perafita, da Série 2 da fase de subida/manutenção da 1.ª Divisão da A. F. Porto, foi interrompido, após o árbitro do encontro, Vítor Carmezim, ter sido agredido por um atleta do Perafita. A formação da casa, o Custóias, vencia por 3-2, num duelo que determinava quem se qualificava para a Honra.
José Manuel Neves, presidente da A. F. Porto, adiantou que os relatórios (árbitro e das forças policiais) dão conta que houve uma agressão e definiu este como "um ato condenável". "Nós fazemos 30 mil jogos por temporada e foi o primeiro incidente que tivemos esta época. No final da época tivemos esta mancha. Esperava que não tivesse acontecido, aconteceu, temos de trabalhar mais do que aquilo que estamos a fazer no sentido de evitar coisas desta natureza. Atitudes destas não têm lugar no futebol no século XXI", referiu, ao JN.
Filipe Gomes Pereira, presidente do Custóias, confirma a agressão e detalha um pouco daquilo que assistiu no passado fim-de-semana. "O Perafita estava a fazer bastante pressão sobre a equipa de arbitragem, estava a contestar todos os lances que o árbitro apitava. No meu ponto de vista, o jogo seguiu bastante dividido e eles não tinham razões de queixa", começou por explicar.
O dirigente da formação da casa recorda o momento em que o clima esquentou. "Quando o árbitro apitou para o intervalo, os jogadores do Perafita rodearam-no, juntamente com o treinador, e ele [jogador do Perafita que terá agredido] terá dito alguma coisa, o árbitro mostrou vermelho e na resposta deu-lhe uma chapada e ainda tentou dar um soco, mas o árbitro desviou-se e apitou para o final do jogo. A equipa de arbitragem recolheu aos balneários e a polícia fez o acompanhamento. Posteriormente, a polícia veio comunicar-nos que o jogo tinha terminado", refere Filipe Gomes Pereira.
"Existe uma agressão clara, existe. Isso eu vi e posso confirmar que houve. Estava a dois ou três metros do local", finaliza o presidente do Custóias.
Já Israel Mota, presidente do Perafita, dá o ponto de vista da situação que terá ocorrido no momento de recolher para os balneários. "O jogo terminou mais cedo, porque, ao intervalo, estávamos a ir para os balneários e o nosso guarda-redes suplente abordou o árbitro. Não posso confirmar que palavras disse, porque não ouvi. Estava muito ruído, natural de um jogo, porque houve erros de arbitragem, como, aliás, há em todos jogos. A única coisa que que vi foi o árbitro a dar um vermelho e ele reagiu com um chega para lá, ao de leve, e o árbitro correu para o lado e deu o jogo como terminado", afirmou, alegando que se a GNR tivesse visto uma agressão que "teriam detido o jogador".
O presidente do Perafita lembrou, ainda, que o clube não se revê em qualquer tipo de comportamento violento e que não é pretensão "branquear qualquer incidente". "Se o nosso atleta tiver que ser castigado, que o seja, mas por aquilo que fez. Não estamos aqui a tentar defender o nosso atleta. Nem pensar. Simplesmente só queremos que a verdade se apure. Estamos à espera dos relatórios para depois agir", atirou.
Com a vitória por 3-2, o Custóias garante a presença na Divisão de Honra da A. F. Porto na próxima época.