Ângelo Cruz denuncia ter sido agredido por um jogador do Amigos de Campanhã e vai apresentar queixa às autoridades. O presidente do clube, Amadeu Costa, admite que o final do jogo frente ao Alfenense, para a 2.ª Divisão Distrital do Porto de futsal em veteranos, foi "quente", mas nega qualquer agressão.
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Após ter apitado para o final do encontro, referente à 23.ª jornada do segundo escalão portuense de veteranos e que terminou empatado a quatro golos. "O delegado do Amigos de Campanhã correu na minha direção e mandou-me um empurrão", conta o árbitro Ângelo Cruz, que procurou deixar rapidamente a zona em que se encontrava.
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"De seguida, acelero o passo para o banco do Alfenense. O número 3 do Amigos de Campanhã (Fábio Silva) corre direito a mim e, ao tentar agarrar-me, passa-me a mão do pescoço para o peito. Ontem, estava vermelho, e hoje, mesmo sem cortar a barba, nota-se ali uma marca", acrescenta o árbitro, que pretende ir ao Instituto de Medicina Legal esta segunda-feira.
O árbitro prepara-se este domingo para apresentar queixa junto das autoridades. "Parece que isto é brincadeira, mas não é. Tenho o meu filho em casa e faço isto porque gosto, não é só para ganhar dinheiro. Abdicamos das nossas coisas para apitar", sublinha Ângelo Cruz, lembrando a agressão ao árbitro Diogo Mota, em janeiro deste ano, como mais um motivo para denunciar o caso.
A acusação de agressão feita pelo árbitro é, no entanto, refutada pelo presidente e treinador da equipa de veteranos do Amigos de Campanhã, Amadeu Costa.
"Estamos ansiosos por saber o que o árbitro vai escrever no relatório. Agressões? Absolutamente zero", garante o dirigente, que fala de uma "arbitragem calamitosa", que se terá estendido muito para lá dos 25 minutos regulamentares, a terminar "numa situação de golo de iminente" para a sua equipa, que lhe poderia ter valido a vitória depois de o adversário ter recuperado de uma desvantagem de 2-4.
"O nosso delegado ao jogo perguntou ao árbitro, de forma algo severa, se aquilo era forma de acabar o jogo. Puxou-lhe a camisola, porque estava transtornado, mas não o agrediu", reforça Amadeu Costa, que acrescenta que "os jogadores queriam tirar satisfações, mas não permitimos que chegassem perto do árbitro".
"A GNR estava lá e foi uma preciosa ajuda para não acontecer nada de grave. Os árbitros não foram agredidos e foram para os balneários", refere o presidente do Amigos de Campanhã, ressalvando que "não aconteceu rigorosamente nada" entre os elementos das duas equipas.
Lembrando que os seus atletas "procuram ter um comportamento consentâneo com a sua idade", o dirigente acrescentou que eles "são chefes de família que se sentiram humilhados pela forma como o jogo foi conduzido".
"Neste campeonato pratica-se o futsal quase por carolice, não há interesses por trás disto. É o futsal pelo futsal. Vou escrever à Associação de Futebol do Porto. Deixa-nos preocupados ter pessoas que demonstram tão grande falta de caráter", concluiu.