Armando Evangelista analisou a próxima edição da Liga, referindo a quebra de um estigma dos recém-promovidos, e desmentiu uma possível saída do comando técnico do Arouca no último defeso, após garantir a manutenção.
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No período de transição entre o final da época e a pré-temporada, surgiram rumores na imprensa de que o técnico poderia estar de saída para o estrangeiro. No entanto, Evangelista mostrou-se perentório em entrevista à Lusa e garantiu que não passaram de rumores.
"Houve uma ou outra situação em que me ligaram a perguntar a disponibilidade, mas a minha resposta foi sempre a mesma: tenho mais um ano de contrato. E ia ficar porque o meu foco é no Arouca. Saíram algumas notícias, mas sem fundamento", revelou.
Sobre a próxima época, o técnico diz que "há muito equilíbrio" no nível de contratações de todos os clubes do campeonato, além da melhoria de infraestruturas em vários emblemas.
"O nível vai voltar a subir, para o bem de todos, e vai ser imprevisível. É pena ainda haver a discrepância entre o topo da tabela e os restantes, mas estes estão cada vez mais competitivos, com capacidade de se aproximarem. Não do topo, mas dos lugares lá perto", constatou.
Os arouquenses não ficaram atrás e desde cedo começaram a recrutar. No total, são 12 os reforços para consolidar o clube na Liga: os guarda-redes Ignacio de Arruabarrena e João Valido, os defesas Tiago Esgaio (prolongamento de empréstimo), Bogdan Milovanov, Jerome Opoku, Rafael Fernandes e Mustafa Kizza, os médios Morlaye Sylla, Oriol Busquets e Ismaila Soro, e os avançados Rafa Mújica e Vitinho.
As 12 contratações do Arouca deixam o plantel "95% fechado" e o treinador "mais satisfeito do que no ano passado", com Armando Evangelista a definir como cujos objetivos a manutenção e potenciar jogadores.
A recente venda de André Silva ao Vitória de Guimarães dá força ao plano. A pensar na capitalização de ativos, o clube delineou uma estratégia de contratar "jogadores em quem alguém viu potencial, mas não o conseguiu otimizar", tendo agora uma segunda oportunidade para evoluir e, eventualmente, dar receitas extraordinárias ao clube.
No entanto, há que ter em consideração as 14 saídas do clube, nomeadamente de Thales, André Silva, Victor Braga, Leandro Silva e Kouassi (fim de empréstimo), importantes na temporada passada e familiarizados com as dinâmicas pretendidas por Evangelista.
"São saídas inevitáveis. Se há situações em que optamos pela não continuidade, outras surgem como oportunidades financeiras ou desportivas para os atletas. Gostaríamos de manter alguns, não conseguimos, temos que olhar isso como uma oportunidade de crescimento, de chegarem novos valores e ter ambição de os potenciar", prosseguiu.
Mais "satisfeito esta pré-época" do que com a realizada o ano passado, Armando Evangelista parte confiante para o terceiro ano no comando do Arouca e atribuiu o mérito às duas partes nesta relação estranhamente duradoura no contexto do futebol português.
O Arouca, 15.º classificado da última edição do campeonato, marca o regresso à competição oficial com uma deslocação ao estádio da Luz para defrontar o Benfica, no dia 5 de agosto.