Scott Foster foi a estrela improvável de um jogo de hóquei no gelo. Saiu do emprego, estreou-se na NHL e foi o homem do jogo.
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Sair do emprego de sempre e acabar o dia como estrela de um jogo do grande campeonato norte-americano de hóquei no gelo. Tanto não é impossível que aconteceu. E foi por isso que Scott Foster, de um momento para o outro, deixou de respirar o ar saudável do anonimato. Aos 36 anos, concretizou o sonho de jogar pela primeira vez na NHL, defendeu todos os remates que lhe fizeram e acabou em ombros, como homem do jogo.
Primeiro, o contexto. Tal só aconteceu porque todas as equipas da National Hockey League estão obrigadas a ter um "guarda-redes de emergência" para casos extremos. Como aquele que aconteceu no passado fim de semana. O guarda-redes titular dos Chicago Blackhawks lesionou-se no aquecimento, o suplente magoou-se durante o jogo e não restou alternativa se não ativar o plano para situações extremas. "Quem é este tipo?", devem ter-se questionado todos. E até o speaker foi na onda da estranheza. A resposta não demoraria.
O tipo, que fez história com o número 90, é contabilista, faz rotina em frente a um computador e tem um passado ligado à modalidade, sempre na baliza. A juntar a isto, tem a sorte de viver perto do recinto dos Blackhawks. E dá uns toques valentes como guarda-redes. Que o diga os Winnipeg Jets, que olharam para aquela substituição, no último período, e viram a grande oportunidade de virar um resultado que lhes era desfavorável. Só que não viram bem.
Sem surpresa, os últimos minutos do duelo foram inclinados para a baliza dos Chicago Blackhawks - uma nesga chegava para aparecer um remate. O primeiro, defendido. O segundo, também. Tal como o terceiro e todos os outros que se seguiram. O impacto foi tal que as redes sociais logo se inundaram com comentários de espanto e, no balneário, Scott Foster recebeu a distinção de melhor em campo, coroando uma carreira que, quase de certeza, só contemplará a estreia.
Normalmente, ser "guarda-redes de emergência" é só o garante de ver o jogo à borla e emborcar o que as empresas de catering colocam à disposição de jornalistas e outros trabalhadores em serviço. Scott Foster teve isso tudo e ainda ficou com uma história para a posteridade. É o que se chama sair de cena pela porta grande.