Até ao momento o Euro 2020 trouxe muita emoção e algumas desilusões. Havia uma expectativa elevada em relação a seleções como Portugal, França, Alemanha e Países Baixos, e todas foram eliminadas nos oitavos de final. Mas em outras edições houve também equipas que desiludiram, pela qualidade do plantel e fase da competição em que foram afastadas. Desde 1992 até 2016, passamos pelas mais relevantes.
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Euro 1992 - França
Na altura o Campeonato da Europa consistia apenas em dois grupos, e os dois primeiros classificados passavam logo para as meias-finais.
No grupo 1 estava presente a França, juntamente com Inglaterra, Dinamarca e Suécia. A expectativa seria que a seleção gaulesa conseguisse apurar-se para as meias-finais e até chegar à grande final.
A equipa comandada pelo treinador Michel Platini tinha nomes como Laurent Blanc, Emmanuel Petit, Didier Deschamps, Jean-Pierre Papin e Eric Cantona. A concorrência do grupo era forte, mas a expectativa era que a França fosse superar os adversários.
A Suécia, que terminou no primeiro lugar do grupo, contava com jogadores como Brolin, Therm e Anderson, mas não foi para além de um empate contra os franceses. A Dinamarca, a grande surpresa deste Euro e campeã, foi a única equipa a vencer os gauleses na fase de grupos.
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A França também não conseguiu vencer a Inglaterra, empatando sem golos, e esta incapacidade de se superiorizar ao adversário valeu-lhe a eliminação do Euro 92 no terceiro lugar do grupo, com apenas dois pontos somados.
Euro 1996 - Itália
Não é que a Itália tenha sido uma enorme desilusão em 1996, mas podia ter chegado mais longe com a qualidade de plantel que tinha. Em ano de estreia de maior número de grupos no Euro e com a introdução de quartos de final, a Itália ficou no grupo dos finalistas Alemanha e Chéquia, juntamente com a Rússia.
Os "azzurri" fizeram os mesmos quatro pontos que os checos e foram eliminados do grupo que continha os dois finalistas daquela edição, daí não serem totalmente uma desilusão. No entanto, uma seleção com Francesco Toldo, Maldini, Costacurta, Nesta, Di Matteo, Del Piero, Chiesa e Zola tinha a "obrigação" de chegar mais longe.
Conseguiu uma vitória frente à Rússia, mas a derrota com a Chéquia e empate frente à Alemanha ditaram o destino dos italianos.
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Euro 2000 - Inglaterra
A Inglaterra sempre teve bons talentos, mas raramente correspondeu às expectativas e o Euro 2000 foi mais uma prova disso.
Num grupo com os favoritos Alemanha e Inglaterra, foi Portugal e Roménia que se apuraram para a fase a eliminar.
Com um plantel com Gary Neville, Sol Campbell, Tony Adams, Beckham, Scholes, Ince, Gerrard, Shearer, Owen, entre outros, perder dois jogos e fazer apenas três pontos é uma desilusão. Sobretudo tendo em conta que Portugal não era visto como uma seleção capaz de surpreender.
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A prestação da Inglaterra valeu pela emoção que os jogos tiveram. Contra Portugal, já estava a vencer por 2-0 aos 18 minutos, mas a Seleção Nacional ergueu-se e Nuno Gomes selou a reviravolta com um golo aos 59 minutos. Contra a Roménia a derrota por 3-2 teve um sabor amargo, até porque os romenos marcaram o golo da vitória de penálti aos 89 minutos.
Euro 2004 - França
A Grécia foi a grande surpresa e vencedora do Euro 2004. Terminou no segundo lugar do grupo de Portugal, mas ninguém esperava que ganhasse à França nos quartos-de-final.
A França, campeã europeia em 2000, tinha um plantel base forte com Gallas, Desailly, Thuram, Vieira, Makélélé, Pirès, Zidane, Henry e Trezeguet. Esta é praticamente a mesma seleção que em 2006 alcançou a final do Mundial.
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A fase de grupos terminou como expectado, conseguindo ficar no primeiro lugar à frente da Inglaterra. Mas quando ficou definido que a Grécia seria o adversário, era praticamente certo que a França chegasse às meias-finais. A derrota por 1-0 ditou o destino e uma das maiores desilusões do Euro 2004.
Euro 2008 - França
Novamente a França. Dois anos depois da final do Mundial de 2006, onde perdeu com a Itália, terminar a fase de grupos do Euro com um ponto é uma grande desilusão. O grupo não era fácil com Itália e Países Baixos, mas da mesma forma que não seria de esperar que os holandeses vencessem três jogos, não estava nos planos dos franceses perder dois e empatar um.
A França manteve a equipa base da final de 2006, apesar da perda de Zidane, e acrescentou sangue novo como Anelka, Benzema, Gomis, Evra e Nasri, como forma de dar mais soluções ao técnico Raymond Domenech.
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Apesar da qualidade do plantel, empatar com a Roménia, ser goleado por 4-1 pelos os Países Baixos e perder com a Itália por 2-0 tornou a fase de grupos desapontante para os franceses, que apenas somaram um ponto durante o torneio.
Euro 2012 - Países Baixos
Dois anos depois de ter alcançado a final do Mundial, os Países Baixos entraram para o Euro como um dos grandes favoritos à conquista do troféu. A equipa tinha um núcleo de jogadores experientes e outros no seu pico de forma.
Nomes como Nigel de Jong, Sneijder, Strootman, van der Vaart, Kuyt, Robben e van Persie estavam em níveis exibicionais altos e esperava-se uma boa campanha neerlandesa.
No entanto, num grupo com Portugal, Alemanha e Dinamarca, os Países Baixos não conseguiram conquistar qualquer ponto. Tendo em conta o plantel que tinha, a experiência dos jogadores e a final do Mundial dois anos antes, foi uma campanha europeia de grande desilusão.
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Euro 2016 - Inglaterra
A Inglaterra ser a desilusão do Euro contrasta com a Islândia ter sido a surpresa. Os ingleses terminaram no segundo lugar do grupo com uma vitória e dois empates, registo que por si só não foi muito positivo tendo em conta os adversários.
Nos oitavos-de-final encontraram a Islândia e foram derrotados por 2-1. O percurso na fase de grupos dos islandeses (terminaram com mais pontos que Portugal) foi positivo e surpreendente. Mas o expectável seria que os ingleses, até por força da qualidade individual, se superiorizassem.
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O plantel era jovem, a defesa não era a mais forte a nível qualitativo, mas a "obrigação" seria ultrapassar a Islândia, seleção que depois foi eliminada nos quartos-de-final pela França, por 5-2.