Esta terça-feira, o IFAB (International Football Association Board), organismo que decide as leis do futebol, vai reunir-se em Londres para analisar a possibilidade de o raio de ação do videoárbitro se alargar a outras situações. Mas os ingleses criticam as hipóteses em cima da mesa.
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O raio de ação do videoárbitro pode vir a ser alargado e abranger situações de jogo como os pontapés de canto, as faltas e lances de segundo cartão amarelo, adianta o jornal inglês “The Times”. Estas possíveis mudanças serão discutidas esta terça-feira pelo IFAB (International Football Association Board), organismo que decide as leis do futebol, mas todas estas alterações estão a levantar algum barulho de fundo.
Todos estes tópicos em cima da mesa surgem como consequência de uma análise feita por um grupo de trabalho criado pela FIFA para se perceber até que ponto o VAR devia ter mais competências para que os jogos de futebol fossem mais filtrados e transparentes. No entanto, o que vai acontecer esta terça-feira em Inglaterra não implica tomadas de posição definitivas, será apenas uma discussão preparatória para que em março de 2024 se tome uma decisão concreta, na reunião anual do IFAB.
Nas atuais regras, o VAR tem interferência em lances de grande penalidade, expulsões por cartão vermelho direto e golos, estando aqui incluídas as famosas linhas de fora de jogo. Se as regras mudarem, os jornais ingleses mostram-se preocupados pela possibilidade do raio de ação se alargar a outras situações, o que pode conduzir os jogos de futebol para uma “maratona de duas horas”, como destaca o “The Sun”, tendo em conta que o escrutínio será maior e todas as paragens poderão afetar o estado de espírito do público.
Sobre a reunião desta terça-feira, o “The Times” dá ainda conta que o IFAB irá também discutir as experiências em vários campeonatos europeus sobre os instrumentos que têm sido utilizados em relação ao videoárbitro. Aliás, nos últimos tempos têm decorrido muitas discussões sobre o tema até sobre a hipótese das comunicações do VAR com o árbitro serem audíveis pelos espectadores que estejam no estádio, à semelhança do que acontece, por exemplo, no râguebi. Mas esta discussão levanta várias pontas soltas e está longe de ser pacífica.
Além das questões relacionadas com a tecnologia, o IFAB também tem vindo a estudar novas regras no futebol como a possibilidade de vir a ser alterada a regra do fora de jogo, podendo o avançado estar à frente do defesa desde que a última parte do seu corpo esteja em contacto com o adversário. Esta hipótese tem vindo a ser testada em jogos das camadas jovens na Suécia e em Itália, depois de ter sido estudada por Arsène Wenger, antigo treinador do Arsenal, que poderá até batizá-la de “Lei Wenger”.
Além disso, o organismo que decide as leis do futebol também está a equacionar a implementação de suspensões temporárias de um jogador (entre 10% a 15% do tempo de jogo) durante um encontro de futebol, por questões relacionadas com o mau comportamento em campo. Esta medida é inspirada no que se passa no râguebi.