Viviana Conde está na Alemanha há 12 anos e vê com preocupação o crescimento das forças políticas extremistas.
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A emigração nunca é fácil. Há a barreira linguística, cultural, a habituação ao país e o emprego. Mas Viviana Conde, de 38 anos, tem tudo bem organizado: está há 12 anos na Alemanha e não pensa em voltar para Portugal “pelo menos nos próximos 15 anos”. Tem dois empregos, o clima português é das coisas que mais sente saudade e vê com preocupação o crescimento da extrema direita naquele país.
Encontramo-nos na Associação Portuguesa de Gutersloh, uma das cidades mais lusas da Alemanha. Viviana conta ao JN que quando acabou o curso de design de moda não tinha grandes perspetivas de futuro em Portugal, então decidiu emigrar e escolheu a Alemanha por já ter ali família. A aprendizagem do idioma foi difícil e ainda o é, porque “é uma constante aprendizagem”, e não esconde que isso a fez pensar em voltar às origens nos primeiros tempos. O salário médio na Alemanha ronda, segundo a própria, os 1500 euros mensais, mas para Viviana ter a vida que quer “com os pequenos luxos de viajar várias vezes por ano”, tem de ter dois empregos, um deles na área de design de moda. “Os preços no supermercado são semelhantes a Portugal. Quando soube isso fiquei chocada porque aqui o salário é bem maior. O principal entrave económico na Alemanha são os impostos. Um salário um pouco acima da média pode descontar 800 ou 900 euros e é muito comum ver pessoas a dividir quartos”, conta. De casa, sente saudades, como todo o emigrante, sobretudo do clima. “Em Portugal está sempre sol, as pessoas são mais alegres. Aqui o ambiente é mais cinzento e isso reflete-se na disposição da população”, diz.