No programa "Universo Porto da Bancada" desta terça-feira, no Porto Canal, Francisco J. Marques comentou o comunicado emitido na segunda-feira pelo Benfica sobre a divulgação dos emails.
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"A mais famosa de todas as fugas de informação foi o Watergate, que levou à queda do presidente do Estados Unidos, e não foi por isso que deixou de ser revelado. Aí o que importou foi o conteúdo e aqui também. A abordagem que todo o país espera é que o Benfica comece a explicar estas práticas muito evidentes e óbvias, que não são razoáveis", começou por dizer Francisco J. Marques sobre o comunicado do Benfica emitido na segunda-feira, que anuncia ações judiciais contra quem divulgar e aceder a informações confidenciais.
O diretor de comunicação do F. C. Porto abordou, ainda, o alegado apoio dado pelo Benfica às claques ilegais.
"O Benfica continua a negar prestar apoios às claques, mas, por esta fuga de emails, há variadíssimos exemplos em que fica muito claro o apoio às claques ilegais. Isso não carece de uma explicação pública?", questionou, respondendo de seguida com um rotundo "sim" e afirmando que "os responsáveis do Benfica têm tentado sempre circundar o problema", afastando-se da análise do conteúdo dos emails.
Todos já perceberam que o acesso não foi legítimo
"Todos já perceberam que o acesso não foi legítimo. Não vale a pena continuar a bater no ceguinho. Até fica mal ao Benfica querer impor uma nova inquisição", atirou o diretor de comunicação portista.
"O Benfica perdeu o controlo disto tudo, porque, com a facilidade de circulação de informação, a importância das redes sociais e a existência de uma imprensa livre é impossível ter controlo sobre isto. E então tenta ameaçar as pessoas. Nós vamos continuar a ler, porque é através da leitura destes e-mails que percebemos o quão mau é o controlo que o Benfica exerce sobre o futebol português. Aquele tipo de práticas não é aceitável. Não vale a pena insistir na mesma coisa. Se calhar há uma parte em que têm razão, mas paciência. Não tivessem cometido os crimes que cometeram", concluiu.
