
Octávio Costa, presidente do clube, foi surpreendido com decisão dos donos da SDQ
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Presidente do clube, Octávio Costa, afirma desconhecer as razões que levaram a empresa a pedir dissolução e a notificar a Associação de Futebol de Viana do Castelo da desistência do campeonato da 1.ª Divisão.
O Atlético Clube de Caminha (AC Caminha) manifestou, esta quarta-feira, estupefação face à desistência de participação da equipa sénior no Distrital da 1.ª Divisão e ao pedido de dissolução da Sociedade Desportiva por Quotas (SDQ), sua participada. "Estamos atónitos, ninguém nos avisou", afirmou ao JN Octávio Costa, presidente do AC Caminha, detentor de 5% da sociedade que geria a equipa sénior
.Segundo o dirigente do clube, "nada fazia prever" este desfecho, que terá sido comunicado ao plantel na noite de terça-feira, no final do treino, e ontem oficialmente à Associação de Futebol de Viana do Castelo (AFVC), que informou o Conselho de Disciplina e irá a continuar a acompanhar o processo.
"A gerência decidiu dissolver o projeto desportivo, mas nós não fomos oficialmente informados e deveríamos, porque somos sócios. Soubemos tudo por boatos e pela associação. Os jogadores e os treinadores, falamos com eles e estão completamente surpresos", declarou Octávio Costa, garantindo que a situação "não afeta" a atividade daquela associação, que se dedica à formação de atletas de futebol dos 5 aos 17 anos.
O dirigente explicou ainda que a sociedade desportiva, constituída em 2019, tinha a seu cargo "apenas os seniores" e era gerida por um casal estrangeiro, Alberto Maeda e Cristina Kusama, ele de nacionalidade brasileira e ela japonesa. E que tudo aparentava estar "a correr bem", em termos desportivos e financeiros. "Liguei para a contabilidade da SDQ e o contabilista também está surpreso. Não percebe o porquê, porque foi extemporâneo. Mas alguma coisa aconteceu, foi algum problema financeiro isso é mais que óbvio", comentou o dirigente, indicando ter "conhecimento que foi tudo pago aos jogadores e treinadores".
Octávio Costa garantiu ainda que a direção pretende "tirar tudo a limpo". "No fundo, também nos sentimos, de alguma forma responsáveis, por esta sociedade desportiva acontecer, mas era um projeto completamente autónomo que estava a correr bem", comentou, lembrando: "No domingo houve jogo, o estádio estava cheio, ganhámos 3-0 e, no final, fomos cumprimentar os jogadores e não se passou nada. E agora isto".
Comunicado da SDQ
A Direção do AC Caminha SDQ emitiu, ao início da noite, um comunicado, em que confirma a cessão de atividade, "indesejada, mas forçada, por circunstâncias alheias" à sua vontade. "É com profunda frustração e tristeza que interrompemos este projeto desportivo e financeiro, que abraçamos com muito esforço pessoal e financeiro", adianta, recusando revelar as causas da decisão, reservadas aos sócios da sociedade. Os responsáveis da SDQ aproveitam ainda para agradecerem o apoio recebido ao longo dos tempos, de pessoas, entidades e outros clubes, e mostrar "gratidão sincera" aos sócios e adeptos do CA Caminha, em especial aos Ultra Caminha.

