Real Madrid venceu o rival, por 4-2, no desempate das grandes penalidades. O VAR considerou que o colchonero Julián Álvarez deu dois toques na bola antes de bater o penálti e anulou o golo. Mas em Espanha há opiniões divergentes sobre um dos grandes jogos da Liga dos Campeões.
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O grande dérbi entre o Atlético e o Real Madrid, a contar para a segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, terminou envolto numa enorme polémica porque o videoárbitro anulou o penálti marcado pelo colchonero Julián Álvarez, quando o jogo se decidia no desempate por grande penalidades. Apesar de o árbitro ter validado o golo, o VAR teve uma opinião diferente por considerar que o jogador deu dois toques na bola, primeiro com o pé de apoio, ao escorregar com o esquerdo, e depois ao rematar para a baliza com o direito.
No entanto, o lance está a suscitar muitos comentários em Espanha, não havendo uma opinião unânime no que diz respeito à decisão do videoárbitro. O jornal espanhol "Marca" reproduz vários depoimentos que ilustram interpretações divergentes. Por exemplo, Pavel Fernández, especialista em arbitragem da "Rádio Marca" considera que "Julián Álvarez tocou na bola duas vezes para marcar o penálti, uma em cada pé, considerando-se um penálti falhado".
Mas Iturralde González, ex-árbitro internacional e comentador da "Cadena Ser", analisa o lance de outra forma: "Não acredito em teorias da conspiração, mas em todas as imagens que eu vi e que me passaram, não é claro que Julián Álvarez toque duas vezes na bola". Por sua vez, Pedro Martín, outro comentador de arbitragem da "Cadena Cope", explica que "no VAR estão sempre atentos" na marcação das grandes penalidades. "Por isso, colocaram o lance à lupa e viram que Julián Álvarez tocou duas vezes na bola".
Nas redes sociais, a discussão também está bastante quente e há quem recorde o penálti marcado por Messi, quando a Argentina disputou a final do Mundial 2022, com a França. Alegadamente, o argentino também terá tocado duas vezes na bola, mas aí o videoárbitro não se pronunciou. Por outro lado, outros adeptos recordam o penálti batido por Cristiano Ronaldo quando ainda representava o Real Madrid e num jogo com o PSG, em que terá cometido a mesma infração.
Christina Unkel, especialista em arbitragem, explica que o VAR na Liga dos Campeões tem acesso à tecnologia semiautomática de fora de jogo que também serve de auxílio precioso quando são marcadas as grandes penalidades: "Não há chip dentro da bola, mas há 26 diferentes câmaras da tecnologia semiautomática de fora de jogo, mais uma câmara incorporada na bola, o que dá ao VAR uma nova camada de informação precisa e exata de quando há um toque na bola".
O jogo terminou com o triunfo do Atlético de Madrid, por 1-0, depois de uma vitória do Real Madrid, por 2-1, na primeira mão. Sem o golo fora a valer a dobrar, como acontecia antigamente, o jogo foi para prolongamento e depois teve de ser decidido no desempate das grandes penalidades, cabendo a sorte ao Real Madrid, que venceu por 4-2, e segue para os quartos de final da Liga dos Campeões, onde vai defrontar o Arsenal.