Sport Clube Senhora da Hora acabou a época em alta e aponta à subida na próxima. Estabilidade financeira permite sonhar.
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Mal se entra no Complexo do Senhora da Hora, a dinâmica e o calor humano não faz antever a crise que outrora abalou o clube. Após anos nos Nacionais, o emblema de Matosinhos passou por dificuldades financeiras, caiu a pique e foi preciso arregaçar as mangas, como explica o presidente Vasco Carvalho, que, entre duas passagens, soma 32 anos ao leme do Sport Clube Senhora da Hora. “Quando peguei no clube [segunda vez] ele estava para fechar. Ia fazer um ano e vão 22 [risos]”, disse, dando conta que já se respira melhor. “O objetivo era a estabilidade financeira. Conseguimos e está na reta final. Tínhamos uma dívida enorme a certas entidades e estávamos impedidos de ter subsídios. No ano passado fizemos um esforço e recebemos algo. Este ano penso num mês já conseguiremos isso”.
A militar na 1.º Divisão da A. F. Porto, a última da hierarquia, o Senhora da Hora passou esta época por uma maré negativa de resultados, mas pela mão de uma equipa interina, que incluiu o próprio dirigente, deu a volta e fechou em sexto. “Trouxe outra alegria às pessoas, à terra e mais espectadores. Este clube tem 94 anos e gente apaixonada por isto”, afirmou Vasco Carvalho, lançando já os dados para o próximo ano: “Vamos manter 80% da equipa, captar alguns atletas e o objetivo é ser campeão”.
Após equilibrar as contas e apetrechar a formação com 420 miúdos, existe, apenas, um último desejo no campo desportivo: “Tenho um ano de mandato, mas queria fazer mais três. Gostava de colocar o clube na Elite. Sinto que estamos a crescer”. No campo, o líder é André Leite, irmão de Diogo Leite (jogador do U. Berlin), conhecido por Estrela e prata da casa. Sofreu por fora devido às lesões, mas ainda conseguiu ajudar. “O fecho de época deixa um bom presságio quanto ao futuro do clube, que, apesar da aposta nas camadas jovens, procura voltar aos altos patamares nos seniores e puxar pelos adeptos”, atirou.