Ex-árbitro Paulo Pereira considera que multas de alto valor podiam travar excessos e preservar os juízes
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A seis jornadas do fim da Liga, e com todos os cenários em aberto, intensifica-se a pressão para jogadores, treinadores e... árbitros. A margem de erro é reduzida e uma má decisão pode ter interferência decisiva no resultado de um jogo e de um... campeonato. Joga-se dentro e fora das quatro linhas, com os dirigentes a pedirem para que não se repitam erros.
O cenário repete-se a cada ano, quando se aproximam as grandes decisões. Através das redes sociais, e não só, também os adeptos apontam o dedo à arbitragem, recorrendo muitas vezes, de forma lamentável, a insultos, ameaças e... agressões para expressar o desagrado. Um cenário que condiciona os árbitros e que levanta várias questões para a reta final da temporada.
O ex-árbitro Paulo Pereira considera que a situação que mais condiciona o comportamento de um árbitro é a "leviandade" nos comentários às nomeações das equipas de arbitragem. Ao JN, o antigo árbitro defende que, para evitar um ambiente desportivo menos saudável, é necessário "punir exemplarmente" os transgressores, nomeadamente através da aplicação de "multas de alto valor" - o artigo 67º do regulamento disciplinar da Liga prevê uma multa mínima de 10.200 euros para comentários sobre a arbitragem antes do início do jogo, podendo chegar aos 30.600€ - , algo que não antecipa que aconteça num futuro próximo por não ser do interesse dos clubes "aprovar regulamentos para sancionar este tipo de comportamentos".
Jorge Coroado, ex-árbitro, não acredita que a regulamentação seja a solução e argumenta que a melhor forma de evitar comentários às prestações dos árbitros é "aumentar o rigor na arbitragem" e nomear profissionais "com arcaboiço moral e mental para ser árbitro". Para o antigo juiz, o principal critério para a nomeação de um árbitro deve ser "o perfil psicológico do profissional".