O presidente Frederico Varandas está no olho do furacão que assola o clube, envolvido numa profunda crise desportiva, acentuada pelo descontentamento dos adeptos, que agendaram protestos públicos contra a Direção, o primeiro esta tarde (14.30 horas), em Alvalade. Os erros na gestão desportiva são os pecados centrais apontados a Varandas pelos simpatizantes ouvidos pelo JN.
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O líder máximo dos leões enfrentará ainda os ecos da decisão de Rogério Alves, presidente da AG, que, sabe o JN, responderá depois de amanhã ao movimento "Dar futuro ao Sporting" ao pedido de agendamento de uma assembleia para destituir o Conselho Diretivo. Desconhece-se o sentido da deliberação, mas, no atual contexto, influenciará o cenário e irá gerar, em caso de provável rejeição, sinais de reprovação.
Na sexta-feira, o movimento denominado "Demissão para unir o Sporting" agendou para hoje um protesto em Alvalade. A ação recolheu quase duas mil manifestações de interesse nas redes sociais e junta-se à da "Juventude Leonina", marcada para 9 de fevereiro.
Internamente, Frederico Varandas recolhe para já a solidariedade dos órgãos sociais e, segundo fonte do clube, existe "total coesão" na cúpula dirigente.
O presidente dos leões foi confrontado, ontem, com o facto de a sua clínica fornecer médicos para várias áreas do clube, num alegado caso de conflito de interesses que teria gerado mal-estar em Alvalade. A situação, noticiada pelo "Público", foi vista como uma tentativa de "ataque à idoneidade" de Varandas.
Miguel Braga, do Departamento de Comunicação, lembrou que os clínicos "não trabalham em exclusividade", confirmou a existência de médicos da "ComCorpus"- empresa detida pelo número um do clube e da SAD - e de outras sociedades, "incluindo a Clínica do Dragão". Garantiu ainda que a aquela entidade nunca cobrou "um cêntimo" ao Sporting.
O certo é que Frederico Varandas se encontra no meio de uma tempestade com sinais para se agravar.
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Bruno de Carvalho disposto a assumir SAD com Varandas
O antigo presidente Bruno de Carvalho veio ontem a terreiro defender que não deseja ver o clube "entrar numa autêntica guerra civil" e mostrar-se disponível a assumir gratuitamente a presidência da SAD, mesmo com os atuais órgãos sociais. "Predisponho-me a ir para a frente da SAD do Sporting, com o Frederico Varandas na presidência do clube. Não quero carros, dinheiro, nada. A não ser quando o Sporting for campeão. Aí quero receber com retroativos", disse durante o comentário na Rádio Estádio. Bruno de Carvalho, que foi expulso de sócio, disse ainda aceitar Salgado Zenha, responsável financeiro, como "braço direito".