Reino Unido e Austrália juntam-se aos EUA no boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno
A Austrália vai juntar-se aos EUA no boicote diplomático aos Jogos de Inverno de Pequim por questões de direitos humanos, anunciou, esta terça-feira, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison. Também o Reino Unido tomou a mesma decisão.
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Scott Morrison defendeu que não deveria ser surpresa que as autoridades australianas boicotassem o evento depois de o relacionamento do país com a China ter sido rompido nos últimos anos.
"Tomo esta decisão porque é do interesse nacional da Austrália", disse, citado pela agência AP, considerando tratar-se da "coisa certa a fazer", ressalvando que os atletas australianos podem competir.
Além de citar abusos aos direitos humanos, o primeiro-ministro australiano disse que a China tem criticado muito o reforço pela Austrália da força de defesa forte na região "especialmente em relação, mais recentemente, à decisão de adquirir submarinos com propulsão nuclear".
O Reino Unido também se juntou e anunciou, através do primeiro-ministro, Boris Johnson, um boicote diplomático aos Jogos de Inverno de Pequim por questões de direitos humanos. "Haverá, de facto, um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Não haverá qualquer representação diplomática do Reino Unido. É um boicote diplomático e não desportivo, já que essa não é a política do nosso governo", disse Boris Johnson, na sua sessão semanal no parlamento britânico.
Grupos de direitos humanos têm pressionado um boicote total aos Jogos de Inverno de Pequim, acusando a China de abusos de direitos contra minorias étnicas.
Segundo o Comité Olímpico Australiano, os preparativos para os cerca de 40 atletas australianos que deveriam competir não serão afetados por este boicote diplomático.
"Levar os atletas a Pequim com segurança, competir com segurança e trazê-los para casa com segurança continua a ser o nosso maior desafio", afirmou em comunicado o presidente-executivo do comité, Matt Carroll.
"Os nossos atletas australianos têm treinando e competido para este sonho olímpico há quatro anos e estamos a fazer tudo ao nosso alcance para garantir que podemos ajudá-los a ter sucesso", concluiu.
Os EUA anunciaram na segunda-feira que não vão enviar uma delegação diplomática para Pequim, devido à situação dos direitos humanos na China.