É preciso recuar 16 anos para encontrar uma edição do Euro em que os pontas de lança portugueses não tenham marcado na fase de grupos. Pontaria precisa-se frente à Eslovénia.
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Portugal marcou cinco golos na fase de grupos, mas nenhum deles teve a assinatura dos pontas-de-lança. Os extremos Francisco Conceição e Bernardo Silva e o médio Bruno Fernandes foram os únicos a faturar pela seleção, que ainda beneficiou de dois autogolos. Isso significa que Cristiano Ronaldo, Gonçalo Ramos e Diogo Jota, os três homens de área, não tiveram a pontaria afinada no início da competição.
Foi, por isso, um percurso de altos e baixos na fase de grupos: contra a Chéquia (2-1) o jogo apenas ficou resolvido ao cair do pano e frente à Geórgia (0-2) a eficácia ofensiva pecou em muitos capítulos, sobrando apenas o triunfo dilatado sobre a Turquia, por 3-0. Esta pouca produção ofensiva dos pontas de lança ajuda a explicar as dificuldades no primeiro e terceiro jogo da seleção e contrastam com o que se passou em edições anteriores. Só em 2008 aconteceu uma seca semelhante na fase de grupos, mesmo que Cristiano Ronaldo tivesse marcado, mas nessa altura o capitão atuava como extremo. A partir daí, os homens de área faturaram sempre: um golo de Hélder Postiga (Euro 2012), dois de CR7 (Euro 2016), cinco do capitão e um de Diogo Jota (Euro 2020).