Espanha bateu a Inglaterra (2-1) com golos de Nico Williams e Oyarzabal e fez história ao conquistar o quarto título europeu. Ingleses foram inferiores e lamentam a segunda final consecutiva perdida.
Corpo do artigo
No fim da final de um Europeu cujo futebol pouca saudade deixará, pelo menos isto, esta espécie de consolo: ganhou a seleção que melhor jogou, que mais ganhou, que mais golos marcou, que mais espetáculo deu. A Espanha chegou a Berlim com seis vitórias em seis jogos e culminou uma caminhada tão irrepreensível quanto fabulosa com mais uma vitória e outro recital de bem jogar, que minimizou uma Inglaterra que teve o mérito (haja algum) de reagir bem à primeira desvantagem, mas que voltou a deixar a desejar, tendo em conta a qualidade à disposição de Gareth Southgate, e por isso foi incapaz de evitar mais uma desilusão, três anos depois de perder a final do Euro2020. Já a “La Roja” volta ao trono do futebol europeu e ainda se isola no topo da lista de vencedores da competição, agora com quatro troféus, mais um do que a Alemanha.
Pois é. Já se pode começar a falar em sucessores de Casillas, Sergio Ramos, Xavi, Iniesta, Xabi Alonso, David Villa, Fernando Torres. Eis a os nomes de Carvajal, Rodri, Fabián Ruiz, Olmo, Nico Williams e Lamine Yamal nas páginas mais douradas da história do futebol espanhol. E Oyarzabal, claro! O suplente de luxo, que, aos 86 minutos, desequilibrou o resultado, virou herói e deu toda a justiça a um duelo que reservou o melhor para depois do intervalo.
Da primeira parte quase nem vale a pena falar; dizer isto apenas: o primeiro remate enquadrado surgiu aos 45+1 minutos e foi à figura. O melhor estava para vir. O melhor da Espanha, sublinhe-se. Lamine Yamal e Nico Williams construíram o 1-0 e o segundo não ganhou vida logo a seguir por pouco, tão avassaladora estava a ser a superioridade. A Inglaterra sobreviveu e aos poucos foi levantando os braços, embora o empate (Palmer, 73 minutos) tenha surgido quase por acaso.
Mas o 1-1 não fez desmoronar a “La Roja”, pelo contrário. Pickford ainda adiou o que parecia cada vez mais certo, até Olmo, Cucurella e Oyarzabal combinarem para o golo vitorioso, numa jogada que diz tudo sobre a seleção de Luis de la Fuente. Aos 90, Olmo brilhou na outra ponta do campo, ao evitar, em cima da linha, o empate e uma injustiça de todo o tamanho. Depois de 1964, 2008 e 2012, outra vez “Reyes de Europa!”
Sinal mais
Oyarzabal saltou do banco para ser herói e Fabián Ruiz mandou no meio-campo, bem acompanhado por Olmo. Pickford manteve a Inglaterra viva.
Sinal menos
A ineficácia de Yamal podia ter custado caro à Espanha. Harry Kane e Foden passaram ao lado da final, Bellingham apareceu pouco.
Árbitro
François Letexier foi o mais novo a apitar a final do Europeu, com 34 anos, e pode estar orgulhoso. Controlou o jogo e quase não cometeu erros.