Numa prova de cortar o fôlego, em Misano, Bastianini operou um golpe de teatro ao ultrapassar Martín na última volta. A corrida fica, ainda, marcada pela queda de Bagnaia e a revalidação do mundial de construtores da Ducati. Já Miguel Oliveira arrancou mal, recuperou e fechou no top-10, mas desceu na geral.
Corpo do artigo
O Grande Prémio de Emilia-Romagna, na Itália, não desiludiu e trouxe uma bela corrida nesta manhã de domingo. A luta pela vitória foi acessa e no final acabou por ficar nas mãos de um piloto da casa: Enea Bastianini (Ducati). Já Miguel Oliveira (Trackhouse-Aprilia) teve uma fase inicial instável, a fazer lembrar uma montanha-russa, mas estabilizou e cresceu ao longo do percurso.
A tensão era evidente nos momentos que precediam um dos clássicos GP da categoria. Mal o semáforo se apagou, Martín (Pramac-Ducati) arrancou como um canhão, assumiu a frente na reta da meta, porém, em resposta, "Pecco" Bagnaia (Ducati) esteve melhor na travagem e deu o troco logo na primeira curva.
Após este início fulminante, os dois candidatos ao título partiram para uma batalha, levando, na cola, o sempre atento Enea Bastianini (Ducati). A dado momento, "Martinator" e Bastianini, num curto espaço de tempo, deram as voltas a "Pecco" Bagnaia, deixando para trás o bicampeão mundial.
Durante estas incidências, um nome tentou intrometer-se neste pódio: Pedro Acosta (GasGas-KTM). O rookie espanhol, de 20 anos, foi rápido, mas deitou tudo a perder ao cometer um deslize que lhe valeria uma queda e a respetiva desistência. Um incidente que Bagnaia replicou. O bicampeão mundial forçou o ritmo para encurtar espaço para a frente e nessa sede de se aproximar dos rivais também ele foi parar ao asfalto. Um momento tenso e que poderá influenciar (e muito) nas contas do campeonato.
Apesar de estar prestes a entrar nos instantes finais, a história deste GP estava muito longe de encerrar. Bastianini voltou a mostrar ser um grande piloto, aproximou-se do madrileno Martín, estudou, esperou pelo melhor momento, e consumou a ultrapassagem já na última volta, levando ao delírio o público italiano. Martín, nada feliz, encerrou em segundo, enquanto Marc Márquez (Gresini-Ducati) completou o pódio, num dia em que a Ducati chegou à centésima vitória e revalidou o título mundial de construtores do Moto GP.
Um pouco distante destas discussões, Miguel Oliveira não teve a melhor das largadas e ficou preso num verdadeiro sobe e desce entre o 12. º e o 14.º lugar. No entanto, o piloto português contornou este percalço, mostrou um ascendente, trepou na classificação e cruzou a meta no 10.º posto para amealhar cinco pontinhos.
Indo a contas, Jorge Martín passa a somar 341 pontos e coloca a diferença face a Bagnaia de quatro para 20 pontos. Por outro lado, Miguel Oliveira, apesar de pontuar, desce para o 14.º lugar no mundial de pilotos, após perder a posição para o francês Fabio Quartararo (Yamaha), que fechou a corrida em sétimo.