Uribe e Taremi marcam os golos dos dragões, que voltam a vencer na Luz. Sérgio Conceição "one man show" nos festejos. Águia muda ADN e dá-se mal.
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Um F. C Porto pressionante, confiante e crente na única missão que lhe permitia sair vivo da Luz na questão do título, venceu as águias (1-2), reduziu a diferença para a liderança (sete pontos) e reabriu a questão da conquista da Liga, embora as águias conservem uma posição muito favorável.
Mais do que o resultado, justo, o campeão nacional deixou uma imagem de um conjunto competente, guerreiro e forte no plano anímico, pois além de entrar na Luz atrás do prejuízo ficou logo a perder na fase inicial. Além disso, teve o mérito de transformar o ADN das águias, quase sem bola e perdidas na tentativa de ultrapassar a primeira barreira.
Por força do adversário, mas também por opção própria, os encarnados surgiram, numa fase inicial, apostados em jogar com o facto do empate também ser positivo. Entraram num registo contemplativo, acanhado a deixarem-se ir na maré que ainda lhes sorriu com o golo de Gonçalo Ramos. Porém, acabaram por vestir um fato de contenção com o qual não se sentem à vontade. Nunca jogaram à "Benfica", mérito em parte do F. C. Porto.
Os dragões surgiram personalizados e adaptaram-se melhor ao ambiente escaldante. Impuseram-se nos duelos individuais e intimidaram a Luz
Mais práticos, eficazes e também felizes, os encarnados marcaram na primeira descida à área contrária. Uma fuga de Bah encontrou Gonçalo Ramos, num andar bem distinto de Pepe, e o atacante sorriu pois bola entrou após bater na cabeça de Diogo Costa.
A vantagem sorriu ao onze de Schmidt que manteve um jogo pausado, algo sonolento, embora também forçado pela pressão portista.
Com o meio-campo mais povoado e as arrancadas de Otávio, Grujic e Galeno, o campeão nacional manteve a iniciativa, apesar da desvantagem, numa fase de muita luta. Depois intensificou o domínio e empatou. Uribe repôs a justiça no marcador, após assistência de Pepê, numa Luz que vira Soares Dias anular um lance em que Manafá chegou a festejar e Galeno viu o tento anulado pelo VAR.
No recomeço, as águias voltaram sem mudança de atitude perante um F. C. Porto pressionante que concretizou a ameaça e passou para a frente com Taremi a revelar-se implacável.
Em vantagem, Sérgio Conceição tirou Manafá e Grujic, já amarelados, para suster a reação encarnada. No entanto, as águias sentiram dificuldades e os dragões podiam ter selado a discussão, mas Taremi deslumbrou-se.
Com a Luz quase rendida, o F. C. Porto susteve o último fôlego da águia e Sérgio Conceição pôde voltar a celebrar junto da nação portista. O técnico foi mesmo o mais efusivo nos festejos com os adeptos.
Mais: Uribe e Taremi selaram a reviravolta, mas Grujic e Otávio encheram o campo. Bah e Gonçalo Ramos inconformados.
Menos: Bah não merecia o infortúnio da lesão e a equipa sentiu a falta. António Silva mal posicionado no segundo golo.
Árbitro: Entendeu que António Silva desarmou Taremi no limite do risco e que o atacante fez falta sobre Vlachodimos.
Veja o resumo do jogo:
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