Águias estiveram a perder por 2-0, mas empataram na reta final do jogo (2-2) e quando estavam a reduzidas a dez jogadores por expulsão de Belotti. Argentinos abusaram do antijogo e apostam em conduta violenta.
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Na estreia do Mundial de Clubes, o Benfica empatou com o Boca Juniors e evidenciou alguns problemas da última época. A defesa comprometeu em alguns momentos, o que explica os dois golos argentinos antes do intervalo, mas também a equipa não consegue ter o jogo na mão quando tem posse de bola. A diferença entre os dois adversários é muita, claramente as águias têm mais qualidade, num resultado construído à custa de muita crença: Otamendi marcou o golo do empate, após um canto, a quatro minutos do tempo regulamentar e quando a equipa estava reduzida a dez.
Num estádio bem composto por argentinos, o Boca Juniors também jogou com o fator emocional. Apostou num jogo muito físico e extremamente duro e o Benfica deu-se mal por ser uma equipa mais técnica, que gosta de trocar a bola e depois contou ainda com a permissividade de um árbitro que devia ter sido mais ríspido do ponto de vista disciplinar. Mesmo assim, as águias acabaram com dez, depois de Belotti ter dado um pontapé na cabeça de um adversário quando a equipa de Lage já estava descontrolada até com o anti-jogo do adversário.
Numa primeira parte em que o Benfica começou por trocar bem a bola e a controlar o jogo, o Boca Juniors procurou ter uma postura mais defensiva para tentar explorar o contra-ataque. Foi numa dessas jogadas que a equipa argentina inaugurou o marcador num lance em que Blanco faz um túnel a Florentino e coloca a bola na área para Miguel Morentiel (21) finalizar em grande estilo.
A perder por um golo, a equipa encarnada acusou o golpe, sobretudo porque jogou num estádio cheio de argentinos e que nunca se cansaram de puxar pelo conjunto sul-americano. Seis minutos depois, Battaglia, que já passou pelo Sporting, Braga e Moreirense, fez o 2-0 para o Boca Juniors, ao cabecear certeiro para o fundo da baliza após um pontapé de canto. A apostar num jogo muito físico desde o início, e com o árbitro muito displicente do ponto de vista disciplinar em relação ao Boca Juniors, o Benfica passou por dificuldades a perder por 2-0, mas conseguiu reduzir num penálti muito bem marcado por Di María, a castigar uma entrada duríssima, sobre Otamendi, na área.
Ao intervalo, Bruno Lage tirou o apagado Dahl, que atuou a lateral direito, recuou Aursens para a lateral direita e meteu Belotti no ataque, mas a alteração não teve efeitos práticos até porque a bola não chegou aos pés do italiano e, por outro lado, porque o Boca Juniors tentou quebrar o jogo ao abusar do antijogo.
A jogar com dez jogadores desde os 72 minutos, por expulsão de Belotti, o Benfica acreditou até ao fim e empatou por Otamendi, um jogador que nunca se verga. Destaque para o regresso de Renato Sanches ao onze. Não comprometeu, mas era notória a falta de ritmo, e também para a má exibição de Carreras, certamente com a cabeça no Real Madrid.