Na newsletter diária, o clube da Luz teceu duras críticas sobre a proposta de adiamento do F. C. Porto-Boavista feita pelos presidentes da Câmara do Porto e de Vila Nova de Gaia, Rui Moreira e Eduardo Vítor Rodrigues, respetivamente.
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O Benfica começa por lembrar que o pedido dos autarcas da margem do Rio Douro surgiu no mesmo dia em que a UEFA entregou a organização da "final a oito" da Champions a Lisboa, decisão que, segundos os encarnados, "é uma manifestação clara e inequívoca de confiança e segurança à forma como Portugal e os portugueses têm sabido lidar com a pandemia" antes de tirar a primeira conclusão.
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"Nesse mesmo dia, em flagrante contraste, foi revelado mais um episódio demonstrativo da aviltante promiscuidade entre política e futebol com o objetivo de preparar uma golpada que levasse ao adiamento do FCP-Boavista, invocando falta de condições de segurança, para um jogo calendarizado no dia 22 de maio, em que todas as entidades presentes nessas reuniões aprovaram a realização desse jogo e quando se sabe que os festejos de Santo António e São João não se poderiam realizar como tradicionalmente", pode ler-se na newsletter, apontando diretamente o dedo a Rui Moreira e Eduardo Vítor Rodrigues.
"Os protagonistas deste lamentável episódio, que não se coíbem de querer assumir que só no Porto não existem condições de segurança, foram precisamente o presidente da Câmara Municipal do Porto, também vice-presidente do Conselho Superior do F. C. Porto, e o presidente da Câmara Municipal de Gaia, igualmente membro desse órgão do F. C. Porto e que, recorde-se, em 2016, pretendeu integrar a administração da SAD portista, passando pelo vexame de lhe ter sido negada essa pretensão devido a um parecer negativo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte".
O Benfica acusa os autarcas de "pretenderem interferir na calendarização desportiva, criando um caso que, no limite, poderá colocar em causa a continuidade das competições, ao querer determinar que afinal as autoridades, pelo menos no Porto, não conseguem garantir as condições de segurança".
O emblema da Luz considera o caso de "enorme gravidade", afirmando que Rui Moreira e Eduardo Vítor Rodrigues tiveram um "sinal de desconfiança acerca do sentido de responsabilidade das suas populações".
"Não será incompreensível que os seus responsáveis políticos sejam os primeiros a admitir que o Estado de direito não tem capacidade para manter a ordem pública?", questiona o documento benfiquista, terminado com mais duas perguntas: "Afinal, quem não quer jogar? E, afinal, quem quer à última hora mexer no calendário das competições, numa espécie de vale tudo?"