O Benfica sagrou-se esta segunda-feira bicampeão nacional de futebol sub-17, após vencer o F. C. Porto por 3-2, no Seixal, resultado que afastou das contas o rival, que, após desvantagem de 3-0, obrigou os encarnados a superarem-se.
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"Tivemos de nos superar mais uma vez, mesmo parecendo que não era necessário. E isso é formação. Para dotar os jogadores da capacidade de ganhar um campeonato, temos de lhes dar estas capacidades previamente", disse à agência Lusa o treinador bicampeão nacional de juvenis, Tiago Pina.
O Benfica chegou a uma vantagem de 3-0 no início da segunda parte, com golos de Francisco Silva (05), João Capucho (42) e Eduardo Fernandes (50), mas o F. C. Porto reentrou na discussão com dois golos de rajada, por José Afonso (75) e Mateus Mide (77).
O empate bastava aos encarnados para somarem o 21.º título de campeões nacionais de juvenis e descolar do F. C. Porto, que soma 20 troféus, mas os jovens orientados por Tiago Pina tiveram inesperadamente de se aplicar para festejar a duas jornadas do final do campeonato.
"Queremos ser campeões, porque isso significa que temos de dotá-los de capacidades técnicas, táticas, físicas e principalmente mentais para consegui-lo. Faltavam 20 minutos para o final do jogo e a equipa deu uma resposta ótima e conseguiu segurar um resultado que lhe permite ser campeã", resumiu o treinador, no relvado do Benfica Futebol Campus, antes da tradicional 'praxe' de ser atirado ao ar pelo grupo.
É que as celebrações do título encarnado pareciam estar bem encaminhadas logo aos cinco minutos, quando Francisco Silva marcou na recarga a um seu próprio remate, assistido por Duarte Soares.
O lateral-direito, que ainda na quarta-feira se sagrou vice-campeão europeu pela seleção portuguesa, voltou a estar no lance do segundo golo, apontado de cabeça por João Capucho (42), agora com um cruzamento largo.
"Queríamos ganhar o Europeu, mas nem sempre podemos ganhar tudo e agora conseguimos a felicidade de ganhar o campeonato nacional. É um sentimento de muito orgulho. Baixámos um bocadinho o nível de intensidade [após o 3-0], mas foi uma vitória justa", desabafou Duarte Soares, que envergou a braçadeira de capitão no jogo do título.
O F. C. Porto estava obrigado a ganhar para manter-se na luta, mas correu demasiados riscos e acabou por consentir o 3-0 a Eduardo Fernandes (50), outro vice-campeão europeu em campo, tal como o guarda-redes Diogo Ferreira, fundamental a negar o golo aos dragões em remates de Tiago Silva (24), Filipe Sousa (58), André Miranda (59) e Alassana Baldé (90).
Mas a esperança dos azuis e brancos renasceu mesmo no espaço de dois minutos, quando José Afonso (75), num remate cruzado, e Mateus Mide (77), logo após o reatamento da partida, reduziram para 3-2. Gonçalo Pinto (90+3) teve o golo empate nos pés, mas acertou na trave e o resultado não sofreu mais alterações.
"Somos o Benfica, é até ao fim. Mesmo tendo esse descuido no final, conseguimos manter o resultado e ganhámos", destacou o médio Dinis Telehovschi, um dos capitães do grupo, que, apesar de não ter participado no encontro, devido a lesão, ergueu o troféu a meias com Duarte Soares.